Este módulo é um recurso para professores 

 

Estudos de caso

 

Os estudos de caso abaixo incluem instruções específicas adicionais para os docentes:

Estudo de Caso 1: Centro de Controle de Doenças

Imagine que você trabalha numa clínica de saúde pública que oferece um teste anônimo e sem custo, além de aconselhamentos e orientações para pacientes que sejam HIV positivos. Durante uma sessão de aconselhamento, você descobre, por um paciente diagnosticado com HIV, há um ano, que ele nunca informou aos seus parceiros sexuais que testou positivo e que também não faz uso de nenhuma proteção. Durante a sessão fica claro que o paciente não tem nenhuma intenção de modificar a sua forma de agir. O que você faria? Você se sentiria impossibilitado de tomar alguma atitude já que o seu papel é de oferecer aconselhamento e orientações de forma confidencial? Por outra, você relataria a situação ao o seu superior ou para a polícia?

Orientações para o professor

Certifique-se que os estudantes se manterão focados nos argumentos para encontrar alternativas e que evitarão fazer estereótipos ou julguar o paciente. Permita que os estudantes façam um debate sobre as opções, por quanto tempo for necessário, certificando-se que tenham entendido bem o dilema do serviço oferecido, entre proteger as vítimas e manter a confidencialidade. Siga as orientações gerais do Exercício 4. Durante o debate, o instrutor talvez queira mencionar que o comportamento do paciente pode ser classificado como um grave crime, em alguns países, explorando a relevância dessa informação nas questões de teor ético. Um cenário similar, com orientações adicionais para os docentes encontra-se disponível no Estudo de Caso 2, sobre O Papel da Moralidade do Módulo 14 que discute Integridade e Ética (Ética Profissional).

 

Estudo de Caso 2: Pulverização contra insetos

Imagine que na sua região existam insetos que transmitem doenças sérias (e potencialmente fatais), como a encefalite e a doença de Lyme, transmitidas por carrapatos. A pulverização das plantas e da grama com certos produtos químicos e substâncias é capaz de matar os carrapatos, fazendo que haja uma diminuição considerável das infeções dos seres humanos; no entanto, é necessário que isso seja feito periodicamente para que seja eficaz. Até recentemente, essa substância química estava disponível no mercado e podia ser considerada legal a pulverização das plantas e grama nos jardins e espaços públicos. No ano passado, uma organização internacional intergovernamental introduziu uma proibição no uso do produto químico para pulverizar os jardins e locais públicos. A razão da proibição foi um estudo comprovando e ilustrando que o custo maléfico ao meio ambiente era maior que o benefício da pulverização. Há uma possibilidade que o estudo tenha sido desenvolvido em países onde o inseto não causa doenças fatais ou em que os números de carrapatos são menores, se comparados ao seu país. Independentemente, o seu país introduziu uma lei que proíbe o uso do produto químico para pulverizar as plantas. O produto químico ainda estava disponível e o seu uso permitido legalmente nos locais de armazenamento de grãos. A única outra forma de proteção é um spray que muitos se recusam a usar porque precisa ser aplicado nas roupas e na pele das pessoas.

No jardim onde brincam os seus filhos existe um perigo real da existência de carrapatos. Você sempre utilizou o produto banido e funcionou. Você o usaria nesse ano novamente, agora que está ciente que o uso desse produto foi banido para o uso nos jardins e parques?

Suponhamos que você é o chefe do departamento de serviços sociais do governo municipal e que a diretora do jardim de infância local vai até ao seu escritório para informa-lo que existem muitos carrapatos no pátio da escola municipal e que os pais querem que ela faça uma aplicação do spray nas plantas para proteger as crianças. A diretora pede a sua permissão para usar o spray com a substãncia química que foi banida para matar os carrapatos. Você permitiria que ela utilizasse o produto banido?

Orientações para o professor

Apresente o estudo de caso primeiramente como um dilema de um indivíduo particular que tem carrapatos no jardim onde brincam os seus filhos. Os estudantes analisarão a questão por um pequeno espaço de tempo (aproximadamente de 5 minutos) e, na maioria das vezes, rapidamente concordarão em utilizar o spray. Na sequência, apresente o segundo cenário, pedindo aos estudantes que imaginem que são servidores públicos e que lhes pediram para autorizar o uso do spray para matar os carrapatos infectados no pátio do jardim de infância da escola municipal. O debate provavelmente levará mais tempo, já que os estudantes irão explorar as responsabilidades inerentes aos papéis exercidos no setor público. Peça aos estudantes que reflitam sobre as diferenças entre os dois cenários e as consequências da decisão que irão tomar.

Os estudantes geralmente concordam na utilização da substância química banida no jardim da casa, mas debatem, por um bom tempo, sobre se o servidor público deve assinar o contrato. O docente deve lembrá-los que as decisões tomadas pelo servidor público têm que ter respaldo legal, além de serem eficazes e éticas. Nesse caso, é impossível que as três condições sejam respeitadas. O instrutor deve enfatizar que a tomada de decisões frente a questões éticas faz parte do papel dos servidores públicos e que requerem que estes assumam as responsabilidades. O docente pode seguir as orientações gerais do Exercício 4.

 
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