- Positivismo: Influências Ambientais
- Clássica: Decisões Dor-Prazer
- Fatores Estruturais e Criminalidade Organizada
- Perspetiva Ética: A Falha Moral na Tomada de Decisão
- Perspetivas sobre as Causas do Crime e os Fatores Coadjuvantes
- Resumo
- Referências bibliográficas
Publicado em maio de 2018
Este módulo é um recurso para professores
Perspetiva ética: a falha moral na tomada de decisão
A perspetiva ética, encara o crime como o resultado de uma falha moral, na tomada de decisões. O crime acontece quando a pessoa falha na análise da ilegalidade do ato, ou do seu impacto na vítima. A explicação ética do crime considera que os fatores externos têm um papel a desempenhar, influenciando algumas pessoas em direção a uma conduta criminosa, mas estes fatores não causam a conduta por si.
A perspetiva ética também concorda que a decisão de livre-arbítrio está subjacente ao comportamento criminoso mas, ao contrário do que daí se extrai pela abordagem clássica, a tendência inerente no crime não é controlada pelo risco de deteção. Ao invés, a presença ou ausência de princípios éticos informam a decisão de cada um.
A perspetiva ética sobre a causa do crime Uma perspetiva ética vê o crime como uma forma de colocar o interesse próprio sobre os interesses de outros. Qualquer proveito a curto prazo para o criminoso proveniente do crime, é superado pela compreensão da ilegalidade da conduta ou do dano que causa à vítima, ou à comunidade. Assim, do ponto de vista ético, uma pessoa abstém-se de ter um comportamento criminoso porque, perante todos os fatores considerados, não se obtém uma satisfação. Um processo de decisão ético e o reforço ético, desde tenra idade, ajudariam a assimilar a noção de responsabilidade pessoal e social pelo comportamento de cada um, e maior perceção dos danos causados. Esta perceção, em muitos casos de criminalidade organizada e corrupção, é frequentemente omissa. (Glor and Greene, 2003; OECD, UNODC and World Bank, 2013). |
De acordo com a perspetiva ética, o crime ocorre quando os atos criminosos causam satisfação, em vez de culpa ou vergonha. (Albanese, 2016) Os defensores desta perspetiva ética argumentam que, muitas vezes, as pessoas não tomam decisões em termos éticos, porque os princípios éticos, e a sua aplicação no processo de tomada de decisão, geralmente não fazem parte do seu processo educacional, ou não são modelados pelos seus pais ou membros da família. Na falta de educação e de experiência em tomar decisões éticas, as pessoas geralmente fazem o que assumem como natural e, assim, tomam decisões baseadas em interesses próprios, deixando de entender ou apreciar os interesses legítimos de outros, ou da comunidade em geral. (Narvaez, 2006).