Este módulo é um recurso para professores
Exercícios
Esta secção apresenta um conjunto de exercícios pedagógicos para realizar antes da aula ou durante a mesma. Uma atividade para realizar no final da aula e destinada a avaliar a compreensão dos alunos acerca do presente Módulo é sugerida numa secção separada. É importante rever e avaliar os exercícios que serão realizados antes da aula e indicar aos estudantes os meios necessários de investigação e leitura para os auxiliar na realização dos mesmos. Por exemplo, será mais fácil a realização do exercício 3 se os estudantes tiverem previamente procurado familiarizar-se com os diversos países e os vários «working papers».
Estes exercícios são apropriados para turmas de até 50 estudantes, nas quais os mesmos se podem organizar em grupos pequenos para discutirem os casos ou realizar as atividades, cabendo aos representantes de cada grupo transmitir as conclusões ao resto da turma. Embora também seja possível utilizar esta metodologia de trabalho em pequenos grupos numa turma grande, com várias centenas de alunos, tal é mais desafiante e o palestrante pode querer recorrer a certas técnicas de facilitação para garantir que haja tempo suficiente para as discussões em grupo e para a apresentação das conclusões de todos os grupos à turma. A maneira mais simples de viabilizar a discussão em pequenos grupos numa turma grande é pedir aos alunos que discutam os problemas com os quatro ou cinco alunos sentados ao lado deles. Dadas as limitações de tempo, nem todos os grupos poderão apresentar as suas conclusões em todos os exercícios. Recomenda-se que o palestrante faça seleções aleatórias e tente garantir que todos os grupos tenham a oportunidade de transmitir os seus comentários, pelo menos uma vez durante a sessão. Se o tempo permitir, o palestrante poderá promover uma discussão com toda a turma, depois de cada grupo ter apresentado as suas conclusões.
Todos os exercícios desta secção são adequados tanto para estudantes universitários, como para graduados. No entanto, as decisões sobre a adequação dos exercícios devem ser tomadas com base no contexto educacional e social, considerando-se que varia muito o conhecimento prévio dos alunos e a sua familiarização com estes problemas. O palestrante é incentivado a relacionar cada exercício com os temas-chave do Módulo.
Recomenda-se que os palestrantes comecem a construir um ambiente propício e amigável logo no início da aula e antes da realização do primeiro exercício. Isso pode ser feito através de atividades de “quebra-gelo”, analisando respeitosamente as orientações e opiniões iniciais dos alunos sobre a corrupção e demonstrando interesse genuíno nas suas perspetivas. Uma vez que os alunos passem a ver o palestrante como respeitador, genuinamente interessado nas suas orientações sobre o tema e consistente na gestão dos comentários maliciosos ou pejorativos de outros colegas, estará estabelecido um ambiente seguro que permitirá uma melhor e mais eficaz aprendizagem e desenvolvimento por parte dos estudantes.
Exercício 1: Começo da aula - “Um relatório de um minuto”
Logo no início da aula, peça aos estudantes que respondam por escrito a três questões simples:
a) Identifique todas as possíveis formas que conhece (internas, de aplicação do direito, regulatórias e externas) que são utilizadas para detetar a corrupção.
b) Qual é a mais difícil de implementar?
c) Qual é a mais eficaz?
Peça aos estudantes que expliquem, de forma breve, o porquê das suas respostas. Para uma variação deste exercício, se os estudantes tiverem dificuldades em responder à pergunta (a), o palestrante poderá promover um «brainstorming» (uma troca de ideias) com os estudantes sobre a questão (a) e depois pedir-lhes que respondam por escrito às questões (b) e (c).
Orientações para o palestrante
Este exercício no início da aula está pensado para sensibilizar os estudantes para as suas próprias perceções sobre a corrupção e para os seus conhecimentos sobre como esta é detetada, abrindo o caminho para uma aula que desafie as suas preconceções. Se houver tempo, o palestrante pode identificar estudantes com diferentes visões sobre uma questão e promover a discussão entre eles.
Exercício 2: Como denunciar a corrupção
Identifique um ou mais casos de corrupção local e peça aos estudantes que debatam que mecanismo, i.e. denúncias, meios de comunicação social, auditoria interna, supervisão externa ou investigação policial, pode ser utilizado ou é eficaz na sua comunidade para denunciar a corrupção em tais casos.
Orientações para o palestrante
Promova a discussão aberta entre os estudantes sobre os métodos de denúncia da corrupção. Os palestrantes podem ajudar à discussão realçando possíveis desvantagens, preocupações ou complexidades associadas a um método de denúncia sobre o qual os alunos não pensaram. O palestrante deve encorajar os estudantes a refletir sobre os desafios que podem surgir relativamente a denúncias e sobre como eles podem ser superados por mudanças sistémicas. Utilize cada exemplo para promover a reflexão e perceção dos estudantes, avaliando a eficácia e os riscos de cada método.
Exercício 3: Partilha de ideias sobre blockchain anticorrupção
Assista à TED Talk Blockchain Beyond Bitcoin de Valerie Hetherington (14 minutos).
Orientações para o palestrante
Peça aos estudantes que vejam o vídeo antes ou durante a aula. Em seguida, incentive os estudantes a criar um plano anticorrupção, utilizando a blockchain. Para um maior envolvimento, estabeleça um pequeno período temporal para a realização deste exercício, por exemplo 5 minutos, e uma metodologia de discussão, incentivando o raciocínio, a colaboração em aula e a motivação.
Exercício 4: Como desmascarar a corrupção comunitária
Antes ou durante a aula, peça aos estudantes que leiam o seguinte artigo do jornal The Guardian: Nine Ways to Use Technology to Reduce Corruption; e que vejam o seguinte vídeo do canal de televisão France 24: Tech24: Meet Rosie, the A.I. Bot helping to detect corruption in Brazil. Em seguida, divida os estudantes em pequenos grupos e incumba-os de criar novas aplicações da tecnologia para o combate à corrupção na sua comunidade.
Orientações para o palestrante
Os palestrantes podem escolher artigos e vídeos dos meios de comunicação social locais que possam ser mais relevantes e interessantes para os estudantes.
Os estudantes podem ser bastante criativos, especialmente com novas tecnologias e meios de comunicação social, e é provável que eles vejam na tecnologia e nos sistemas tecnológicos novos usos que os palestrantes não vejam. O acesso à tecnologia irá variar consoante a região e o país, mas todos os estudantes utilizam mensagens de texto, aplicações de smartphone, o Facebook, o Instagram, ou equivalentes. Utilize este exercício para promover a criatividade dos estudantes e ligar as questões de corrupção ao seu mundo online. O que alguns estudantes irão criar pode ser surpreendente e interessante; os palestrantes decidem se devem ser partilhadas com a turma todas as ideias ou apenas alguns exemplos.
Exercício 5: Porque é que as denúncias (whistle-blowing) são tão difíceis, mas tão importantes?
Assista à Ted Talk How whistle-blowers shape history de Kelly Richmond Pope, (12 minutos).
Orientações para o palestrante
Peça aos estudantes que discutam sobre eventuais denunciantes de que tenham ouvido falar ou sobre os quais tenham lido algo e que mudanças, se for o caso, resultaram da denúncia. O vídeo e a discussão são uma boa forma de incutir nos estudantes noções sobre a importante função que os denunciantes cumprem e enfatizar a importância de lhes conceder proteção jurídica e social.
Opção para o palestrante: O palestrante poderá utilizar este exercício num formato mais longo, e possivelmente reduzir a duração dos demais exercícios. Expanda a discussão às questões levantadas no Exercício 5 tentando distinguir um denunciante de um “bufo” ou “vazador”. Comece com a questão, quando é que um indivíduo que denuncia a corrupção se torna um denunciante? Apenas se ele/ela estiver sujeito/a a retaliação? Se existir um resultado positivo derivado da denúncia do incidente de corrupção, o qual nunca chegou aos meios de comunicação social ou ao conhecimento generalizado do público porque o denunciante realizou a denúncia, o assunto foi tratado adequadamente e a pessoa não sofreu retaliações, estamos perante um denunciante ou não? Fazer uma divulgação protegida é diferente de denunciar? Qual é o objetivo final das leis e medidas relevantes na matéria? Tal conduzirá a discussões e debates prolongados na turma e até a possível investigação académica.
Vide, por exemplo, Open Society Foundations (2018) Whistleblowers for Change 14-15.
Exercício 6 – Encerramento da aula – “Um relatório de um minuto ”
Alguns minutos antes do final da aula, peça aos estudantes que escrevam as suas respostas a duas questões simples:
a) Qual foi o aspeto mais importante que aprendeu hoje?
b) Que questões ainda permanecem na sua mente?
Para concluir a aula, peça aos estudantes que apresentem as suas respostas breves.
Orientações para o palestrante
Se o tempo não permitir uma tal discussão, os palestrantes podem pedir aos estudantes que entreguem as suas respostas à saída da aula, anonimamente ou com o seu nome no topo da página.
Seguinte: Exemplo de Estrutura de Aula
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