Este módulo é um recurso para professores
Exercícios
Esta secção apresenta um conjunto de exercícios pedagógicos para realizar antes da aula ou durante a mesma. Uma atividade para realizar no final da aula e destinada a avaliar a compreensão dos alunos acerca do presente Módulo é sugerida numa secção separada. É importante rever e avaliar os exercícios que serão realizados antes da aula e indicar aos estudantes os meios necessários de investigação e leitura para os auxiliar na realização dos mesmos. Por exemplo, será mais fácil a realização do Exercício 3, se os estudantes tiverem previamente procurado familiarizar-se com os diversos países e os vários «working papers».
Estes exercícios são apropriados para turmas de até 50 estudantes, nas quais os mesmos se podem organizar em grupos pequenos para discutirem os casos ou realizar as atividades, cabendo aos representantes de cada grupo transmitir as conclusões ao resto da turma. Embora também seja possível utilizar esta metodologia de trabalho em pequenos grupos numa turma de grande dimensão, com várias centenas de alunos, tal é mais desafiante e o palestrante pode querer recorrer a certas técnicas de facilitação para garantir que haja tempo suficiente para as discussões em grupo e para a apresentação das conclusões de todos os grupos à turma. A maneira mais simples de viabilizar a discussão em pequenos grupos numa turma de grandes dimensões é pedir aos alunos que discutam os problemas com os quatro ou cinco alunos sentados ao lado deles. Dadas as limitações de tempo, nem todos os grupos poderão apresentar as suas conclusões em todos os exercícios. Recomenda-se que o palestrante faça seleções aleatórias e tente garantir que todos os grupos tenham a oportunidade de transmitir os seus comentários, pelo menos uma vez durante a sessão. Se o tempo permitir, o palestrante poderá promover uma discussão com toda a turma, depois de cada grupo ter apresentado as suas conclusões.
Todos os exercícios desta secção são adequados tanto para estudantes universitários, como para graduados. No entanto, as decisões sobre a adequação dos exercícios devem ser tomadas com base no contexto educacional e social, considerando-se que varia muito o conhecimento prévio dos alunos e a sua familiarização com estes problemas. O palestrante é incentivado a relacionar cada exercício aos temas-chave do Módulo.
Recomenda-se que os palestrantes comecem a construir um ambiente propício e amigável logo no início da aula e antes da realização do primeiro exercício. Isso pode ser feito através de atividades de “quebra-gelo”, analisando respeitosamente as orientações e opiniões iniciais dos alunos sobre a corrupção e demonstrando interesse genuíno nas suas perspetivas. Uma vez que os alunos passem a ver o palestrante como respeitador, genuinamente interessado nas suas orientações sobre o tema e consistente na gestão dos comentários maliciosos ou pejorativos de outros colegas, estará estabelecido um ambiente seguro que permitirá uma melhor e mais eficaz aprendizagem e desenvolvimento por parte dos estudantes.
Exercício 1: o que é a boa-governança?
Mostre aos estudantes esta TEDx talk de Ben Warner (2015). Depois de os mesmos assistirem ao vídeo, peça-lhes que expliquem o que entendem por “boa-governança”.
Orientações para o palestrante
Para promover a discussão o palestrante deve colocar aos estudantes as seguintes questões:
- De que trata a política?
- O que é a governança?
- O que é a boa-governança e qual a sua importância no combate à corrupção?
- Que papel podem os cidadãos desempenhar para promover a boa governança?
Exercício 2: cenários no setor público
Peça aos estudantes para discutir as seguintes questões, primeiro em pares ou em pequenos grupos, e depois com o resto da turma:
- Está no hospital à espera numa longa fila para receber um medicamento gratuitamente. Tem a oportunidade de passar à frente de todas as pessoas da fila. Fá-lo-ia? Sim, não? Porque sim ou porque não?
- A sua resposta seria a mesma se o seu filho, filha, irmão, irmã ou outro parente necessitasse do medicamento com urgência? Sim, não? Porque sim ou porque não?
- Pense agora na possibilidade de aceitar um suborno ou alterar os termos de um contrato para favorecer um amigo. A sua resposta seria diferente?
- Baseando-se no que foi lecionado neste Módulo, quais os princípios de governança que iriam mais provavelmente prevenir tais transgressões? Porquê?
- E se fosse o funcionário do hospital a distribuir o medicamento? Seria apropriado que desse o mesmo a amigos ou familiares, os quais não esperaram na fila? Acha que algumas pessoas dariam o medicamento a estranhos em troca de um suborno? Que mecanismos de governança podem ser utilizados para prevenir tais comportamentos?
Orientações para o palestrante
O palestrante deve encorajar os estudantes a partilhar as suas respostas e a fundamentá-las. Além disso, o palestrante não deve avaliar ou criticar as respostas dos estudantes; antes, deve encorajar estes a partilhar aquilo em que acreditam e direcionar o seu pensamento. Os argumentos mobilizados pelos estudantes certamente remeterão para certas ambiguidades e divergências. Os palestrantes podem sintetizar a discussão e explicar aos estudantes que a eliminação da ambiguidade e das suas divergências passará pelo aprofundar dos conhecimentos sobre os princípios de boa-governança e do modo como eles afetam as atividades diárias dos cidadãos.
Exercício 3: “o bom político, o mau político”
Os estudantes devem escrever como imaginam o “bom” político ou governante de um país, bem como o “mau” político ou dirigente. Eles devem mobilizar fatores sociodemográficos, certas caraterísticas ou ações específicas. Eles podem apresentar as suas conclusões em grupos ou perante toda a turma.
Orientações para os palestrantes
Dê aos estudantes alguns minutos para registarem as suas respostas, e depois peça-lhes que partilhem as suas visões e ouçam as dos demais. Tente assegurar-se de que os encoraja, o máximo possível, a participarem na discussão. Registe, no quadro, os critérios que vão mobilizando para caraterizar os “bons” e “maus” políticos e tente agrupá-los de acordo com os princípios de boa-governança, discutidos na secção dos Principais Tópicos.
Exercício 4: os esforços de governança bem-sucedidos (casos práticos)
Os estudantes devem ser divididos em grupos diferentes, de acordo com os casos que se seguem, descritos no estudo de Johnston: Johnston, Michael (2002). Good Governance: Rule of Law, Transparency, and Accountability (pp. 14-26):
- Bangalore, pp. 14-17
- Botswana, pp. 17-18
- México, pp. 18-19
- Hong Kong, pp. 19-20
- Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (NEPAD), pp. 21-22
- Grupo de Estados Contra a Corrupção do Conselho da Europa, pp. 22-23
- Ucrânia, pp. 23-24
- Moçambique, pp. 24-26
Peça aos estudantes para descrever os casos e explicar porque é que os esforços de governança foram bem-sucedidos. Se necessário, eles deverão procurar informações adicionais em outras fontes.
Orientações para os palestrantes
Dê aos estudantes 20 minutos para analisarem o caso e prepararem as suas respostas individuais, para a questão acima colocada. Os estudantes devem discutir as suas respostas em pequenos grupos e eleger um representante, para apresentar as conclusões à turma (10 minutos).
Caso o tempo seja insuficiente, o palestrante pode pedir aos alunos que façam a leitura dos casos antes da aula. Assim, os estudantes já estarão previamente familiarizados com cada um deles e mais bem preparados para a realização desta tarefa durante a aula.
Exercício 5: das ideias à ação: o desenvolvimento de um mapa
Os estudantes nomeiam um elemento da turma para desempenhar o papel de um presidente recém-eleito num país em que os cidadãos estão profundamente insatisfeitos com o trabalho do governo e sofrem de corrupção sistémica (os estudantes podem escolher o país). O presidente compromete-se a melhorar a governança e a reduzir a corrupção, mas ele necessita de descobrir qual a melhor abordagem para o fazer com a ajuda dos seus cidadãos.
Orientações para o palestrante
Depois de os estudantes nomearem o presidente, divida o resto da turma em grupos. Peça a cada grupo para desenvolver uma espécie de mapa, incluindo orientações sobre como melhorar a qualidade da (boa) governança e reduzir a corrupção no país. Em seguida, cada grupo deve apresentar o seu mapa em frente da turma. O presidente deve colocar questões e, no final do exercício, escolher o melhor mapa. O palestrante deve estimular a discussão e ajudar o presidente a formular os critérios para a seleção do mesmo.
Seguinte: Exemplo de Estrutura de Aula
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