Este módulo é um recurso para professores
Exercícios
Esta seção contém sugestões para exercícios educativos para sala de aula e preparação da aula, enquanto uma tarefa pós-aula para avaliar a compreensão do Módulo pelo estudante é sugerida numa secção separada.
Os exercícios desta secção são mais apropriados para turmas com até 50 estudantes, onde os estudantes podem ser facilmente organizados em pequenos grupos nos quais discutem casos ou realizam atividades antes que os representantes do grupo forneçam o feedback para toda a turma. Muito embora seja possível ter a mesma estrutura de pequenos grupos em turmas grandes, com algumas centenas de estudantes, é mais desafiador e o professor pode querer adaptar técnicas de facilitação para garantir tempo suficiente para as discussões em grupo, além de fornecer feedback para toda a turma. A maneira mais fácil de lidar com os requisitos para discussões de pequenos grupos n uma turma grande é pedir aos estudantes que discutam os problemas com os quatro ou cinco estudantes sentados próximos a eles. Dadas as limitações de tempo, nem todos os grupos poderão apresentar comentários em cada exercício. Recomenda-se que o professor faça seleções aleatórias e tente garantir que todos os grupos tenham a oportunidade de apresentar opiniões pelo menos uma vez durante a sessão. Se o tempo permitir, o professor poderá facilitar uma discussão plenária depois que cada grupo expuser o seu feedback.
Todos os exercícios desta seção são adequados para estudantes de licenciatura e pós-graduados. No entanto, como o conhecimento prévio dos estudantes e a exposição a esses problemas variam amplamente, as decisões sobre a adequação dos exercícios devem ser baseadas no seu contexto educacional e social. O professor é incentivado a relacionar e interligar cada exercício às questões chave do Módulo.
Exercício 1: Eu sou Malala
Peça aos estudantes que reflitam sobre as seguintes perguntas, utilizando a leitura prévia do excerto (pp. 183-190) de Eu sou Malala (As páginas indicadas dizem respeito à seguinte publicação em língua inglesa: Yousafzai, Malala (2013). I am Malala: The Girl Who Stood up For Education and Was Shot by the Taliban. New York: Little Brown and Company):
1) Os princípios da diversidade podem ignorar os ensinamentos das religiões locais predominantes que, neste caso, podem incentivar a discriminação contra meninas e mulheres?
2) O que o comportamento do pai de Malala nos pode dizer sobre a diversidade, tolerância e pluralismo?
Orientações ao Professor
Conceda aos estudantes alguns minutos para que escrevam as suas respostas e, então, peça-lhes para defenderem as suas visões e escutem atentamente as perspectivas dos outros. Certifique-se que encoraja a participação do maior número possível de estudantes no debate.
Exercício 2: vídeo do teste de DNA
Apresente aos estudantes à complexidade dos conceitos de diversidade, tolerância e pluralismo, mostrando-lhes este documentário de oito minutos que demonstra a nossa ancestralidade comum e origens raciais e geográficas mistas. O pequeno vídeo é sobre um grupo de pessoas de diversas origens que foram submetidas a um teste de DNA que obteve resultados surpreendentes sobre as suas identidades e heranças raciais.
Orientações ao Professor
Após assistirem ao vídeo, encoraje os estudantes a analisarem o vídeo e as suas implicações, dirigindo-lhes as três perguntas a seguir:
1) Quer seja literalmente preciso ou não, o espírito da pesquisa sugere que todos nós estamos relacionados e desconhecemos o espectro completo das nossas origens. Acha que isso é verdade?
2) Quais são as implicações deste pensamento para o seu próprio sentido de identidade e para o da sua família e amigos?
3) Como este senso de identidade muda seus relacionamentos com os outros e sua interação com aqueles que parecem “diferentes”?
Dê aos estudantes alguns minutos para que escrevam as respostas e depois peça que defendam os seus pontos de vista e ouçam atentamente os pontos de vista dos outros. Certifique-se que incentiva a participação do maior número possível deles na discussão. Se o tempo permitir, peça aos estudantes que primeiro analisem as questões em pequenos grupos antes de discuti-las com a turma inteira.
O Professor também pode optar por atribuir e discutir as seguintes questões:
1) Devemos simplesmente aceitar o que este vídeo comunica? Ou devemos também tentar descobrir se ele é cientificamente preciso?
2) Como será que poderíamos descobrir se o vídeo é preciso?
O Professor poderia pedir aos estudantes que leiam este artigo que aborda algumas das questões tratadas no vídeo.
Exercício 3: Um Longo Caminho para a Liberdade
Este exercício pede aos estudantes que utilizem a leitura prévia do excerto (pp. 50-55) de Um Longo Caminho para a Liberdade (As páginas indicadas dizem respeito à seguinte publicação em língua inglesa: Mandela, Nelson. (1994) Long Walk to Freedom. New York: Little, Brown & Company). O excerto descreve o primeiro grande caso de (in)justiça ética/racial de Nelson Mandela, quando o presidente da sua universidade o ameaça de expulsão caso ele não viole os desejos de outros estudantes por ele representados, e envolvidos num boicote e eleição escolar.
Orientações ao Professor
Em grupos pequenos, peça aos estudantes que discutam sobre o que eles teriam feito se estivessem no lugar de Mandela. Em especial, peça-lhes que abordem estas três questões:
1) No excerto que acabou de ler, como ajuizamos o comportamento deles? Qualquer uma das pessoas é moralmente correta? Ou as duas estão certas “à sua maneira”?
2) Como teria tratado os problemas com base na raça, papel e idade enfatizados neste excerto?
3) É suposto que a educação ajude a diminuir a intolerância, a ignorância e a discriminação. E, no entanto, Mandela vivenciou o que ele chamou de racismo institucional neste caso dentro da sua própria universidade. Cursos educacionais como este serão um antídoto para o racismo ou o ensino superior conserva e transmite problemas “eternos” da natureza humana que não podem ser mudados em cursos de diversidade e ética? Quão importante e prático é o que estamos a fazer nesta aula?
Peça aos estudantes que escolham um representante que possa expor as respostas do grupo para a turma. O representante deve explicar as razões pelas quais o grupo escolheu as suas respostas e apresentar um “relatório minoritário” em nome de qualquer membro do grupo que tenha uma opinião diferente.
Outra versão deste exercício seria pedir a dois estudantes que façam uma encenação do dilema ético de Nelson Mandela, e então pedir que os outros estudantes discutam o caso prático que acabaram de assistir abordando as três questões acima.
Exercício 4: Montagem de vídeo de três modelos morais
O Professor exibe uma montagem em vídeo de três modelos morais diferentes - Gandhi, Madre Teresa e Bayard Rustin, e subsequentemente conduz uma discussão sobre as diferenças e pontos em comum dos três modelos, focando particularmente a sua abordagem da ética e da diversidade. A montagem do vídeo começa com os minutos 6 a 20 do filme Gandhi, depois inclui o início do capítulo 11 do filme As Cartas de Madre Teresa e continua com o início do capítulo 16 de Brother Outsider (sobre Bayard Rustin).
Orientações ao Professor
Dê aos estudantes alguns minutos para pensarem – e porventura anotarem os seus pensamentos – sobre as diferenças e os pontos em comum dos três modelos morais no que diz respeito à abordagem da ética e diversidade. Em seguida peça que defendam os seus pontos de vista e ouçam atentamente os pontos de vista dos outros. Certifique-se que incentiva a participação do maior número possível deles na discussão.
Exercício 5: Uma Constituição Interseccional
Neste exercício, os estudantes são convidados a assumir a persona de diferentes figuras religiosas/culturais/ideológicas e a desenvolver uma Constituição curta, com uma Carta de Direitos para a sociedade em que viverão juntos.
Todas os papeis devem estar comprometidos com o exercício, ou seja, os estudantes não podem afirmar que são indivíduos que resistiriam a todo o projeto. Dentre os possíveis papéis a serem desempenhados, pode-se incluir:
1. Ativista Hindu da Índia
2. Membro do Partido Comunista Chinês
3. Ativista transgénero americano
4. Líder palestiniano do Hamas
5. Teólogo da libertação católica venezuelana
6. Qualquer outro papel que seja relevante nesse contexto específico
Esta curta Constituição deve refletir as suas diferenças e, ainda assim, fornecer proteção para garantir que essas diferenças não impeçam um sistema social e político funcional. Os estudantes devem ser convidados a pensar sobre questões de interseccionalidade e pluralismo à medida que desenvolvem sua estrutura constitucional.
Deve ser concedido tempo aos estudantes para pesquisarem e compreenderem os seus papeis, antes de começarem a desenvolver o documento.
Orientações ao Professor
Os papéis atribuídos aos estudantes também podem ser uma mistura de masculino e feminino, e podem ser expandidos para o que o Professor considerar mais relevante para o contexto em que o Módulo está a ser ensinado. Alguns papeis podem ser controversos demais para determinados contextos, mas o objetivo é incentivar os estudantes a pensarem fora do seu enquadramento específico, portanto, assumir papeis diferentes é um desafio importante para eles.
Ao escreverem uma Constituição, os estudantes devem examinar a Constituição do país em que vivem. Quase todas as Constituições compartilham características semelhantes. Elas começam com um preâmbulo que estabelece o propósito e os objetivos de seu país. Este é um lugar onde eles podem articular a importância da diversidade ou do multiculturalismo. As constituições incluem artigos sobre como as leis são feitas (um Legislativo), quem faz cumprir as leis (o Executivo) e quem faz julgamentos sobre as leis (o Judiciário). Elas também devem incluir uma lista de direitos que se podem concentrar em indivíduos, grupos ou até coisas, como o meio ambiente.
Exercício 6: Simulação Modelo Nações Unidas
Peça aos estudantes que escolham o país que vão defender numa pequena simulação do Modelo Nações Unidas, idealmente um que não seja o seu, nem um que eles conheçam bem. Eles também vão escolher um tópico de debate que vão defender. Os estudantes sentam-se ao redor de uma mesa grande com cartazes na sua frente, com o nome dos países por eles pesquisados e representam a perspectiva desse país. Cada um deles irá defender os sistemas ou políticas sobre ética únicos no país que representa. Os estudantes podem apresentar relatórios curtos ou, se o tempo permitir, desafiar ou cooperar com os outros "diplomatas" da mesa para aprender mais sobre os outros países representados ao redor da mesa e seu(s) sistema(s) de ética.
Orientações ao Professor
O Guia de Recursos UNODC Modelo Nações Unidas oferece uma visão geral útil das simulações Modelo Nações Unidas e fornece orientação sobre como conduzi-las.
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