Este módulo é um recurso para professores
Tópico 4: E os homens? Transformando estereótipos e agindo em solidariedade para acabar com a discriminação e a violência para todos
Este tópico se baseia em material anterior sobre como os estereótipos e expectativas de gênero afetam mulheres e meninas, considerando as normas sociais relacionadas à masculinidade. Ele exige que o professor e a classe considerem como homens e meninos podem trabalhar com mulheres e meninas em solidariedade, com o objetivo, a longo prazo, de promover a igualdade de gênero e erradicar a violência contra mulheres e meninas. Conforme o estabelecido no Tópico 1, os Estados têm a obrigação legal internacional de prevenir, investigar e punir atos de violência contra as mulheres. É necessário olhar para o comportamento e as atitudes de meninos e homens para uma prevenção, a longo prazo, da violência contra as mulheres.
Para prevenir e erradicar a violência contra as mulheres, é necessário que o Estado trabalhe junto às comunidades e famílias para analisar, criticamente, as expectativas sociais relativas aos papéis de gênero, e trabalhar em prol do respeito mútuo e de métodos não violentos de resolução de diferenças, independentemente do gênero.
O Tópico 4 examina as contribuições dos homens que trabalham para acabar com a violência contra as mulheres e tem como objetivo ilustrar, através de exemplos positivos, como os homens podem trabalhar ao lado das mulheres de forma construtiva. Os materiais também incluem uma introdução ao "movimento dos direitos dos homens", que é um tema polêmico, e ilustra como a reação contra a busca pela igualdade das mulheres está se manifestando entre alguns extremistas, que consideram a mudança social um jogo de soma zero – que, se as mulheres se tornarem mais iguais, então isso tem que ser em detrimento dos homens. É importante notar que os homens que trabalham com a violência contra mulheres enfatizam que a igualdade de gênero é boa para todos, não apenas para mulheres e meninas. O movimento pelos direitos dos homens também está associado a uma atitude de que os homens têm o direito de acesso sexual às mulheres, por uma questão de direito mesmo, e não por acordo mútuo.
É importante reconhecer que as mulheres também se envolvem em violência de gênero. Isso pode ser direcionado contra os homens (por exemplo, a violência entre parceiros íntimos) ou, mais geralmente, contra outras mulheres e meninas, inclusive orquestrando ou tolerando práticas nocivas, como coagir ou forçar meninas a casamentos precoces (uma prática que é predominante tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento), ou infligir (MGF) mutilação genital feminina em meninas e outras mulheres. As mulheres também são, muitas vezes, culpadas de violência contra as crianças, particularmente usando da violência para puni-las em suas famílias, ou em escolas ou outros estabelecimentos. É dever do Estado intervir sempre que a violência é usada, para proteger aqueles que se sabe estarem em risco, para processar os autores e tomar medidas para reduzir o uso da violência na sociedade como um todo, independentemente do gênero da vítima ou do agressor. O fato de que algumas mulheres são culpadas de usar violência contra homens, mulheres ou crianças não diminui o dever dos Estados de tomar medidas para prevenir, investigar e punir a violência de gênero contra as mulheres.
Seguinte: Tópico 5: Soluções locais, regionais e globais para a violência contra mulheres e meninas
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