Brasília, 1º de dezembro de 2022 – O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), como co-patrocinador do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) e o programa global do UNODC para o HIV, apoia os países a alcançarem acesso universal à prevenção, ao tratamento, cuidado e apoio ao HIV entre as pessoas que usam drogas e para serviços abrangentes de HIV para pessoas em prisões.
Nesse contexto, em 2022, o UNODC realizou duas ações voltadas às mulheres que fazem uso de drogas em nível nacional e regional para América Latina e Caribe. Na primeira oportunidade, em encontro realizado na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), entre os dias 27 e 30 de junho, em Santos (SP), foram convidadas mulheres líderes de movimentos sociais, da comunidade acadêmica, da gestão pública e de organizações internacionais para dialogar sobre as barreiras de acesso à rede de serviços, em especial aqueles voltados à atenção em HIV, enfrentadas pelas mulheres.
O debate teve foco em aspetos também cobertos pelo novo relatório anual do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) para o Dia Mundial de combate à AIDS: Dangerous Inequalities, lançado no último dia 29, que trouxe um alerta importante: as desigualdades são as maiores barreiras para o fim da pandemia de AIDS em todo o mundo.
“Em um país tão amplo como o Brasil, é preciso estarmos atentas às mulheres que enfrentam intersecções de vulnerabilidades para que não sejam deixadas para trás. Entre elas, as mulheres que usam álcool e outras drogas, de forma que possam ter amplo acesso aos serviços e ao suporte adequados às suas necessidades e sejam incluídas nas tomadas de decisão relacionadas ao HIV”, explica a oficial de ligação do UNODC no Brasil, Nara de Araújo.
Em sequência, a fim de ampliar a discussão em nível regional para o contexto da América Latina e do Caribe, o UNODC, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o UNAIDS e a Plataforma Brasileira sobre Política de Drogas, realizou o Encontro Regional sobre Prevenção Combinada do HIV e Linhas de cuidado para mulheres que fazem uso de drogas, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), nos dias 26 e 27 de setembro de 2022.
A ocasião reuniu 24 mulheres de 8 países da América Latina, atuantes no movimento de redução de danos e ações para pessoas que fazem uso de drogas. Novamente, o objetivo foi proporcionar o debate entre a sociedade civil, profissionais dos serviços, comunidade acadêmica e gestão pública acerca das barreiras de acesso enfrentadas pelas mulheres que fazem uso de drogas, com base na pauta organizada nacionalmente.
“As mulheres correspondem a 20% da estimativa das pessoas que usam drogas no mundo. Elas estão mais vulneráveis a adquirir HIV e outras infecções virais devido à violência baseada em gênero, ao estigma e à discriminação. A prevalência de violência baseada em gênero em mulheres que usam drogas é de duas a cinco vezes maior que a prevalência entre mulheres que não usam drogas”, destaca Elena Abbati, representante do UNODC no Brasil.
O trabalho do UNODC está alinhado com as Metas de Desenvolvimento Sustentável (SDGs), em particular a SDG 3 e sua meta 3.3 de acabar com a AIDS até 2030 e a Estratégia Global de AIDS 2021 – 2026: Fim das desigualdades, Fim da AIDS, que propõe que 95% das pessoas em risco, o que inclui pessoas que injetam drogas e pessoas em prisões, tenham acesso a serviços de prevenção combinada do HIV.
Confira mais informações https://www.unodc.org/unodc/en/hiv-aids/new/index.html