Uma mulher foi assassinada por um familiar a cada 11 minutos em 2020

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Brasília, 26 de novembro de 2021 - 81 mil mulheres e meninas foram assassinadas em todo mundo em 2020, de acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).
Destas, 58% foram mortas por parceiros íntimos ou por membros da família, o que equivale a uma mulher ou uma menina assassinada por um conhecido a cada 11 minutos.
A pesquisa se baseou em dados de 95 países sobre feminicídios cometidos por companheiros ou familiares e foi divulgada durante os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas.
De acordo com dados publicados na quinta-feira (25) pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), no mundo, 81 mil mulheres e meninas foram assassinadas em 2020. Desse número, 47 mil (58%) foram mortas por parceiros íntimos ou por membros da família. Isso significa que a cada 11 minutos uma mulher ou uma menina foi assassinada em sua própria casa.
resumo da pesquisa, liberado no Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher, se baseou em dados de 95 países sobre feminicídios cometidos por companheiros ou familiares.
“Apesar de oito entre dez de todos os homicídios tenham como vítima homens ou meninos, as mulheres e as meninas são as vítimas primárias da violência doméstica letal em todas as partes do mundo. Elas somam seis dos dez assassinatos cometidos por parceiros íntimos ou integrantes da família”, destacou a diretora executiva do UNODC, Ghada Waly.
“Estudos do UNODC mostram que a situação não melhorou na última década, mesmo em locais onde a violência letal tenha diminuído como um todo. Ações urgentes e direcionadas são necessárias para empoderar e proteger mulheres e meninas a fim de prevenir violência de gênero e salvar vidas”, completou.
Com um número estimado de 18,600 vítimas, a Ásia é a região com o maior número absoluto de vítimas. Em termos relativos, olhando para o número de vítimas por 100 mil da população feminina, a África é a região com índices mais altos, com 2,7 em 100 mil. Já a Europa apresenta a menor taxa, com 0,7 por 100 mil mulheres e meninas mortas por companheiros e familiares.
Impacto COVID-19 - Dados globais do impacto dos fechamentos devido à COVID-19 sobre os feminicídios continuam fragmentados e inconclusivos. Entre 2019 e 2020, a média anual dessas mortes mostrou um pequeno aumento na Europa e na América, com diferenças em várias regiões. Essas mudanças, contudo, são similares com as transformações registradas na década passada.
O número de assassinatos por conta do gênero, entre 2019 e 2020, aumentou em 11% na Europa Ocidental; enquanto no sul da Europa o aumento foi de 5%. Em comparação, na América do Norte, o número aumentou 8%; na América Central, 3%; e, na América do Sul, 5%. De acordo com a prévia lançada da pesquisa, os números no norte da Europa não tiveram alteração durante o período estudado, enquanto uma pequena queda de 5% foi vista na Europa Oriental.
Dados mensais das mortes de mulheres e meninas por parceiros ou familiares recebidos de 14 países de diferentes regiões do mundo mostraram uma variabilidade alta nas tendências dos países através das várias ondas de restrições de mobilidade por conta da COVID-19 em 2020.
Dados da década - O estudo também avaliou as tendências na última década (2010-2020), que mostrou uma diminuição nesses assassinatos de 13% na Europa e um aumento de 9% nas Américas.
A violência letal que mulheres experienciam na esfera privada parece ser um problema mais difícil de lidar do que aqueles que acontecem em espaços públicos. A Europa Oriental testemunhou uma redução de 47% nos feminicídios que aconteceram fora de casa na última década. Em relação à violência perpetrada por companheiros ou membros da família, a diminuição foi mais modesta, de 15% no mesmo período analisado. Tendências semelhantes, mas menos expressivas, foram registradas na Europa Ocidental e na América do Sul.

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