Brasília, 25 de janeiro de 2021 - Os Centros da Juventude são espaços de empoderamento, onde os jovens aprendem sobre direitos e cidadania e conseguem qualificação para o mercado de trabalho. Esse é o resultado de pesquisas de opinião inéditas realizadas pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) para monitorar o uso da força nos territórios do Programa Oportunidades e Direitos (POD) no Rio Grande do Sul.
Em razão da pandemia da COVID-19, o estudo - de caráter qualitativo e quantitativo - foi conduzido em formato online, com jovens atendidos pelos Centros das Juventude e por policiais da Brigada Militar e da Polícia Civil gaúchas lotadas nessas localidades.
Realizada em setembro de 2020, a etapa qualitativa ouviu 46 jovens de diferentes perfis, com idade entre 15 e 24 anos e que compõem as populações atendidas pelo Programa Oportunidades e Direitos – cofinanciado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) - nos seis Centros da Juventude nas cidades de Alvorada, Porto Alegre e Viamão.
Os jovens expressaram suas perspectivas dos serviços públicos e das políticas públicas de educação, saúde, segurança. A iniciativa lançou luz sobre as complexidades e a riqueza do pensamento das juventudes periféricas de Porto Alegre e região metropolitana beneficiárias das políticas públicas do Programa.
Como resultado dessa etapa qualitativa, um extenso relatório analítico foi produzido, incluindo aspectos a serem aprimorados no Programa e nos demais serviços e políticas públicas relacionados.
Já a etapa quantitativa do estudo, elaborada a partir das categorias identificadas nos grupos focais com jovens, até o momento ouviu cerca de 500 jovens dos seis Centros gaúchos e cerca de 50 policiais. Um elemento dificultador do estudo foi a dificuldade que os jovens têm de acesso à Internet e demais tecnologias de comunicação e informação – como smartphones, computadores e tablets.
Segundo a socióloga Sabrina Leal, diretora da In Loco Pesquisas, responsável pela coleta e análise dos dados, a percepção majoritária dos jovens é que “os Centros da Juventude são espaços transformadores tanto do ponto de vista individual quanto coletivo, responsáveis pelo empoderamento dos/as jovens, que passam a aprender mais sobre direitos e cidadania, qualificam-se para o mercado de trabalho e transformam suas relações com a comunidade”.
Para o especialista em Segurança Pública, Justiça Criminal e Compliance do UNODC, Eduardo Pazinato, responsável pelo monitoramento do uso da força nesses territórios pelo UNODC, “a realização de pesquisas aplicadas permitirão uma análise de impacto gerado pela atuação policial no Programa, na medida em que um dos principais desafios existentes nesses territórios, acompanhando uma tendência global, é justamente a qualidade do relacionamento mantido entre polícia e comunidade em geral e com as juventudes, em particular”.
Duas publicações com os principais resultados dessas pesquisas, entre outros dados do processo de acompanhamento e monitoramento do uso da força nos territórios do Programa Oportunidades e Direitos desde 2015 serão lançadas em um workshop, que será organizado em parceria com o estado do Rio Grande do Sul no fim de março de 2021.
Para mais informações: http://www.agenda2030.com.br/