UNODC realiza treinamento sobre transtornos associados ao uso de drogas para formuladores da política

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Brasília, 11 de novembro de 2021 - O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) realizou, entre os dias 10 e 11 de novembro, uma capacitação online sobre natureza, prevenção e tratamento de transtornos associados ao uso de drogas, voltado ao público de formuladores de políticas. O encontro reuniu gestores de políticas públicas, representantes do governo federal e estaduais.
A capacitação foi organizada em parceria com o Ministério da Cidadania e a Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas (SENAPRED) e contou com o apoio da Comissão Interamericana de Controle do Abuso de Drogas (CICAD/OEA) e do Bureau Internacional de Narcóticos e Aplicação da Lei (INL/EUA).
Abertura - A mesa de abertura contou com a presença da representante do UNODC Brasil, Elena Abbati; do Secretário Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas, Quirino Cordeiro Junior; do oficial de Estado de direito do INL, Gideon Donoho, e da chefe da Unidade de Redução de Demanda de Drogas da CICAD, Jimena Kalawski.
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Segundo Elena Abbati, o papel dos formuladores de política é central no tratamento, na assistência e prevenção da dependência ao uso de drogas. " A proposta desta atividade é instrumentalizá-los para o desenvolvimento de políticas, estratégias, programas e intervenções voltadas à prevenção do uso de drogas e ampliar a oferta e o acesso a uma rede de cuidados abrangente para pessoas com problemas associados ao uso de substâncias", afirmou.
Uso de Drogas e Dimensão de Gênero - Segundo Wadih Maalouf, coordenador do Programa Global da Seção de Prevenção ao Uso de Drogas e Saúde do UNODC sede, gênero é um componente chave na vulnerabilidade e assistência aos jovens com dependência do uso de drogas. “Enquanto uma em cada 3 pessoas que usam drogas é mulher, apenas uma em cada seis que está em tratamento é mulher. As mulheres normalmente enfrentam níveis mais elevados de estigma e discriminação”, avaliou.
Para Jimena Kalawski, chefe da Unidade de Redução da Demanda da CICAD, que apresentou a Estratégia Hemisférica sobre Drogas 2020 da OEA, “nas Américas, o problema das drogas é um fenômeno cada vez mais complexo, dinâmico e multicausal que tem efeitos adversos sobre a saúde, a coesão social, a segurança do cidadão, a integridade das instituições democráticas, as atividades econômicas e sociais.”
Já a diretora de Prevenção, Cuidados e Reinserção Social da SENAPRED, Cláudia Leite, traçou um panorama das ações do Governo federal em matéria de drogas. “O modelo atual aposta na interligação da rede de assistência, que envolve dezenas de instituições e entidades federais, estaduais e municipais, como Unidades Básicas de Saúde, Ambulatórios, CAPS, comunidades terapêuticas, hospitais gerais, hospitais psiquiátricos, clínicas especializadas, casas de apoio e grupos de mútua ajuda, entre outros”, reportou.
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O trabalho do UNODC na área de Drogas - O UNODC atua globalmente no envolvimento e na participação ativa de organizações governamentais, universidades, organizações da sociedade civil, profissionais da saúde e de outras áreas no campo da prevenção, na promoção de uma resposta sistemática, intersetorial e multidisciplinar para os problemas associados ao uso de substâncias, que são complexos e que afetam um grande segmento da população mundial.
O UNODC apoia ações voltadas ao alcance do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 3 de “Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades” e mais especificamente em relação à meta 3.5 desse objetivo voltada a “Reforçar a prevenção e o tratamento do abuso de substâncias, incluindo o abuso de drogas entorpecentes e uso nocivo do álcool”, bem como todos os demais ODS relacionados à esta temática na Agenda 2030.
Para garantir que crianças, adolescentes e jovens, especialmente aqueles vivendo em contextos de marginalização e pobreza, possam desenvolver plenamente suas potencialidades, as estratégias voltadas à prevenção do uso de drogas devem ser compostas por um conjunto de intervenções e políticas integradas, baseadas em evidência e específicas para os diferentes contextos, ciclos de vida e níveis de risco.
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A dependência do uso de drogas é considerada uma questão de saúde, multifatorial com características de uma doença crônica. Assim,  serviços de tratamento e cuidado eficazes e baseados em evidência devem garantir os mesmos padrões de qualidade daqueles disponíveis para qualquer outra doença crônica.
Segundo o Relatório Mundial sobre Drogas de 2021, entre as pessoas que fizeram uso de alguma substância no último ano, estima-se que aproximadamente 36 milhões, ou quase 13%, apresentam transtornos por uso de substância, ou seja, um uso que pode levar a quadros de dependência e/ou demandar tratamento. Adicionalmente, o relatório aponta que é preciso uma atenção especial aos jovens, pois os níveis mais altos de uso de drogas foram registrados na população com idade entre 18 e 25 anos.

Para saber mais: https://www.unodc.org/unodc/en/drug-prevention-and-treatment/index.html

Para saber mais:  http://www.agenda2030.com.br/