O relatório mundial mais recente sobre feminicídios revela que 60% de todos os homicídios de mulheres são cometidos por parceiros íntimos ou outros membros da família.
Nova York/Viena, 25 de novembro de 2024 - No Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, em 25 de novembro, o relatório Feminicídios em 2023: Estimativas Globais de Feminicídios por Parceiros Íntimos ou Membros da Família, elaborado pela ONU Mulheres e pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), confirma fatos alarmantes, porém bem conhecidos: a violência contra as mulheres continua sendo generalizada, incluindo sua manifestação mais extrema, o feminicídio, que é universal— transcendendo fronteiras, status socioeconômicos e faixas etárias.
Os dados disponíveis compilados no relatório mostram que, globalmente, 85 mil mulheres e meninas foram mortas intencionalmente em 2023. Sessenta por cento desses homicídios—51 mil—foram cometidos por parceiros íntimos ou outros membros da família. Cento e quarenta mulheres e meninas morrem todos os dias nas mãos de seus parceiros ou parentes próximos, o que equivale a uma mulher morta a cada 10 minutos.
Em 2023, a África registrou as maiores taxas de feminicídio relacionado a parceiros íntimos e familiares, seguida pelas Américas e Oceania. Na Europa e nas Américas, a maioria das mulheres mortas no âmbito doméstico - 64% e 58%, respectivamente - foram vítimas de parceiros íntimos, enquanto em outras regiões, membros da família foram os principais perpetradores.
“A violência contra mulheres e meninas não é inevitável—ela é evitável. Precisamos de legislação robusta, coleta de dados aprimorada, maior responsabilização governamental, uma cultura de tolerância zero e mais financiamento para organizações de direitos das mulheres e órgãos institucionais. À medida que nos aproximamos do 30º aniversário da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim, em 2025, é hora de os líderes mundiais se UNIREM, agirem com urgência, se comprometerem novamente e canalizarem os recursos necessários para acabar com essa crise de uma vez por todas”, destacou a Diretora Executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous.
“O novo relatório sobre feminicídio destaca a necessidade urgente de sistemas de justiça criminal fortes que responsabilizem os perpetradores, garantindo ao mesmo tempo suporte adequado para as sobreviventes, incluindo acesso a mecanismos de denúncia seguros e transparentes”, disse a Diretora Executiva do UNODC, Ghada Waly. “Ao mesmo tempo, devemos enfrentar e desmantelar os preconceitos de gênero, os desequilíbrios de poder e as normas prejudiciais que perpetuam a violência contra as mulheres. À medida que a Campanha dos 16 Dias de Ativismo deste ano começa, devemos agir agora para proteger a vida das mulheres.”
O 30º aniversário da Plataforma de Ação de Pequim, em 2025, juntamente com o prazo de cinco anos para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que se aproxima rapidamente, apresenta uma oportunidade crítica para mobilizar todas as partes interessadas a tomar ações decisivas e urgentes pelos direitos das mulheres e pela igualdade de gênero. Isso inclui acabar com a impunidade e prevenir todas as formas de violência contra mulheres e meninas.
Por meio da campanha dos 21 Dias de Ativismo, a ONU Mulheres fará um chamado para revitalizar compromissos, exigir responsabilização e ações de tomadores de decisão. Neste ano, celebramos o 25º aniversário do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres com um evento oficial em Nova York, em 25 de novembro, que destacará as melhores práticas de investimento para prevenir a violência contra as mulheres, lacunas e desafios, e o caminho a seguir.
Uma campanha global nas redes sociais para falar contra a violência de gênero foi lançada com as hashtags #NãoTemDesculpa e #21Dias.
Equipe de mídia do UNODC: unodc-brazil.comunicacao@un.org
Equipe de mídia da ONU Mulheres: media.team@unwomen.org
