Comércio ilegal de armas segue um problema na América do Sul apesar da pandemia
13 de abril de 2021 - Agência da ONU participou de operação em 13 países incluindo o Brasil para combater tráfico; Trigger VI durou três semanas e rastreou armamento ilegal e ligações com crime organizado.
Uma grande operação de segurança contra o tráfico de armas na América do Sul resultou na apreensão de milhares de armas ilícitas fornecendo dados sobre redes criminosas e rotas de contrabando em todo o mundo.
A operação, de três semanas, foi uma parceria do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) com a Organização Internacional de Polícia Criminal (INTERPOL) na identificação e no processamento de redes de tráfico de armas em todo o mundo.
Cooperação
A operação, Trigger VI, foi realizada em 13 países e contou com a participação de dezenas de profissionais da polícia, alfândega, fronteira e Promotoria que trabalharam juntos para rastrear armas ilegais e identificar ligações com o crime organizado.
ONU/Manuel Elias l Chefe do UNODC, Ghada Waly, afirmou que é vital para o UNODC e a Interpol unirem forças para garantir que os países desenvolvam a capacidade e as ferramentas para enfrentar o tráfico de armas
Vários suspeitos foram presos e houve apreensão de armas ilegais em países como Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Paraguai, Peru, Guiana, Suriname, Uruguai e Venezuela.
A chefe do UNODC, Ghada Waly, afirmou que “é vital para o UNODC e a Interpol unirem forças para garantir que os países desenvolvem a capacidade e as ferramentas para enfrentar o tráfico de armas de fogo tanto no terreno como nos tribunais.”
Pandemia
O secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock, disse que “a proliferação de armas de fogo é uma ameaça muito séria à segurança e estabilidade da América do Sul.”
Ele contou que os criminosos estão aproveitando, rapidamente, as mudanças socioeconômicas causadas pela pandemia, mas que a operação “é um testemunho do compromisso da polícia sul-americana, que deve ser elogiada por conduzir operações durante uma pandemia global.”
Os agentes de segurança conferiram no banco de dados da Interpol se as armas tinham sido dadas como perdidas, roubadas, traficadas ou contrabandeadas.
Com mais de um milhão de registros, o banco de dados permite a identificação de padrões de tráfico de armas de fogo e rotas de contrabando.
Convenção da ONU
A Interpol e o UNODC treinaram os profissionais dos vários países antes da operação, permitindo a detecção, identificação, investigação e processamento desses crimes de forma completa, concluindo se cada arma fazia parte de uma rede criminosa maior.
Segundo a chefe do UNODC, esse trabalho faz parte do papel do Escritório como guardião da Convenção da ONU contra o Crime Organizado Transnacional e seu Protocolo de Armas de Fogo.
Ela lembra que esses documentos são “os únicos instrumentos juridicamente vinculativos que abordam o crime organizado transnacional e o tráfico ilícito de armas de fogo em nível global."
Diogo Moreira/Governo de Sao Paulo l Brasil foi um dos 13 países que fizeram parte da operação
Conclusões
Com a Operação Trigger VI, os países detectaram novas tendências regionais, como um aumento na circulação de armas difíceis de rastrear e mais conteúdos em redes sociais que incentivam o uso deste armamento.
A ação constatou que as armas chegam da Ásia, Europa e América do Norte, pelo correio, em partes distribuídas entre diferentes envios, e são depois montadas pelos criminosos.
Armas menores facilitam muitas formas de crimes violentos, incluindo atividades de gangues, tráfico de pessoas, terrorismo e comércio ilegal de drogas.
A operação percebeu um aumento de casos de violência a mulheres utilizando esse armamento.
Criminosos estão aproveitando a topografia do vasto litoral da América do Sul, montanhas com florestas e pistas de pouso clandestinas, para transportar armas de fogo ilegalmente.
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Para saber mais: http://www.agenda2030.com.br/