UNODC promove diálogo sobre sensoriamento remoto com entidades brasileiras
Especialistas do UNODC Colômbia compartilharam a experiência do Sistema Integrado de Monitoramento de Cultivos Ilícitos (SIMCI)
Como analisar e integrar dados nas áreas de drogas, mineração ilegal e desmatamento? Essa foi a pergunta que permeou o webinário “Sensoriamento Remoto e a Geografia do Crime”, promovido na última quarta-feira (9) pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) no Brasil.
Na ocasião, especialistas do UNODC Colômbia dividiram com representantes de entidades brasileiras a experiência do Sistema Integrado de Monitoramento de Cultivos Ilícitos (SIMCI) daquele país, projeto que tem permitido melhorar a capacidade de monitoramento e análise da extensão, dinâmica e impacto dos cultivos ilícitos. Com informações confiáveis e transparentes, a iniciativa tem apoiado os processos de tomada de decisão e a capacidade institucional de prevenção e combate ao tráfico ilícito de drogas.
Os especialistas do UNODC Colômbia explicaram ainda como funcionam a análise e a integração de dados no sensoriamento remoto em áreas com ocorrência de drogas, mineração ilegal, extração ilegal de ouro de aluvião e desmatamento. Além disso, apresentaram métodos qualitativos de investigação em mercados ilícitos, e questões técnicas sobre a produção e o mercado de drogas naturais e sintéticas.
Para a diretora do Escritório de Ligação e Parceria do UNODC no Brasil, Elena Abbati, o evento online foi uma oportunidade de compartilhar conhecimentos e construir redes para combater o crime no Brasil. “Gostaria de afirmar que o UNODC continua disponível para seguir cooperando no objetivo comum do enfrentamento ao tráfico de drogas, crime organizado transnacional e crimes ambientais”, afirmou.
Participaram do webinário representantes de Polícia Federal, Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Receita Federal, Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM), Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD) e Secretaria de Operações Integradas (SEOPI), esses dois últimos ligados ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
Também participaram do evento a equipe do novo Centro de Excelência para a Redução da Oferta de Drogas Ilícitas, implementado pelo UNODC com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD) e a equipe do UNODC do Programa de Assistência para Reduzir o Desmatamento de Florestas Tropicais (LEAP) implementado pelo UNODC em pareria com INTERPOL e RHIPTO em colaboração com Receita Federal, Polícia Federal e IBAMA.
O SIMCI
Na abertura do painel, o coordenador do SIMCI, Leonardo Correa, falou sobre a evolução do sistema, que, no início, buscava apenas identificar territórios de cultivo de coca, até encontrar um modelo de monitoramento que busca não apenas a droga, mas o delito.
“O objetivo inicial do projeto era usar o sensoriamento remoto e, a partir disso, identificar a produção de cocaína para compreender as implicações do lugar onde estava sendo desenvolvido tal fenômeno. Mas verificamos que a única informação disponível era a quantidade de coca e, por ser a única variável disponível, muitas estratégias de políticas públicas começaram a ser estabelecidas com base nisso. A partir daí, vimos a necessidade de criar variáveis que pudessem permitir a melhor mensuração das políticas públicas”, disse Correa.
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Centro de Excelência para a Redução da Oferta de Drogas Ilícitas
O Centro de Excelência para a Redução da Oferta de Drogas Ilícitas é uma ação de 18 meses implementada pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD. O projeto contempla a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD).
O objetivo do Centro é a elaboração de estudos e análises sobre tendências e ameaças representadas pelos diferentes tipos de tráficos de ilícitos e o crime organizado transnacional, possibilitando à Secretaria traçar estratégias para o enfrentamento da oferta de drogas, elemento essencial da dinâmica criminal no Brasil e na América do Sul.
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Programa de Assistência para Reduzir o Desmatamento de Florestas Tropicais (LEAP)
O Programa de Assistência para Reduzir o Desmatamento de Florestas Tropicais (LEAP) é uma parceria entre UNODC, INTERPOL e RHIPTO-Centro Norueguês de Análise Global. O LEAP busca compartilhar conhecimento e construir redes globais para combater o desmatamento ilegal e crimes conexos, a fim de assistir os Estados-membros na aplicação da lei em países-chave da América Latina e do Sudeste Asiático. Ao prestar assistência no enfrentamento ao desmatamento de Florestas Tropicais, o LEAP contribui para o combate às mudanças climáticas e para o alcance dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
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Para saber mais: http://www.agenda2030.com.br/