UNODC e PF se reúnem para fortalecer parceria no combate ao crime organizado transnacional

Brasília,  21 de outubro de 2020 – Representantes do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e da Polícia Federal (PF) realizaram uma videoconferência, na última quinta-feira (15), para discutir o fortalecimento de parcerias em descapitalização do crime organizado, combate aos crimes transfronteiriços, ao tráfico de drogas e de madeira e à mineração ilegal. 

Participaram do encontro a diretora do Escritório de Ligação e Parceria do UNODC no Brasil, Elena Abbati, o coordenador da Unidade de Estado de Direito do UNODC, Nivio Nascimento, o coordenador regional do UNODC do Programa de Assistência para Reduzir o Desmatamento de Florestas Tropicais (LEAP), Alex Walsh; o diretor-geral da PF, Rolando Alexandre de Souza; o coordenador-geral de Prevenção e Repressão a Entorpecentes (CGPRE), Elvis Secco; o diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado (DICOR), Igor de Paula e a coordenadora-geral de Cooperação da Internacional,  Simone Guerra.

Elena Abbati ressaltou a importância da parceria histórica entre UNODC e PF e parabenizou a PF pelo trabalho, reconhecido em todo o mundo, no enfrentamento à corrupção e ao crime organizado e citou o recorde de 106 toneladas de cocaína apreendidas em 2019 e a apreensão e sequestro de bens do tráfico de drogas de R$ 654 milhões. 

Abbati comentou a parceria com a PF para realizar um evento internacional sobre descapitalização de criminosos para o enfrentamento ao tráfico de drogas. “O objetivo é de apresentar as boas práticas do Brasil e discutir, com países-chave da América Latina e da Europa, métodos e abordagens sobre apreensão, sequestro de bens e lavagem de dinheiro”, afirmou.

Rolando Alexandre de Souza apoiou a iniciativa e disse que, apesar dos recordes de apreensão de drogas pela PF, o crime organizado continua crescendo a cada ano. “A descapitalização do crime organizado custa muito mais caro para o tráfico do que a apreensão da droga. Por isso, considero importante compartilhar as técnicas da PF com os países vizinhos”, ressaltou.

Abbati destacou que O UNODC vê a PF como parceiro fundamental do novo programa para implantação de um projeto piloto para a criação de um Centro de Excelência para a Redução da Oferta de Drogas Ilícitas (CdE), em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD), que prevê a realização de estudos sobre as ameaças representadas pelo tráfico de ilícitos e pelo crime organizado transnacional.

Em seguida, Abbati questionou Alexandre de Souza sobre as prioridades da Polícia Federal nas áreas do mandato do UNODC e solicitou sugestões e recomendações sobre como o UNODC poderia apoiar o governo brasileiro em suas prioridades. “O Brasil faz fronteira com dez países, sendo quatro produtores de drogas. Portanto, o trabalho nas fronteiras é nossa prioridade”, respondeu ele.

Durante o encontro, foram discutidos outros temas, como tráfico ilegal de madeira, o qual o UNODC conta com uma parceria com o governo da Noruega, e mineração ilegal. 

Como explicou Abbati, o programa do UNODC de Assistência para Reduzir o Desmatamento de Florestas Tropicais (LEAP) será implementado inicialmente em quatro portos do Brasil: Belém, Manaus, Paranaguá e Santos e terá como objetivo fornecer treinamento especializado aos órgãos participantes para a detecção de madeira e produtos ilegais de madeira na cadeia de abastecimento.

De acordo com Alexandre de Souza, A PF está modernizando seu sistema de monitoramento satelital, o que vai permitir a obtenção de imagens diárias mais precisas e abrangentes das áreas de garimpo e de desmatamento ilegal. Ele disse ainda que será possível identificar o tipo de madeira sendo exportada, se foi extraída de área legalizada ou na periferia do plano de manejo. “Muito em breve teremos os primeiros resultados desse novo sistema e vamos apresentá-lo ao UNODC como mais um caso de sucesso da PF”, concluiu.

A reunião foi concluída com a intenção de se reforçar ainda mais a cooperação entre o UNODC e a PF na divulgação das boas práticas brasileiras na  comunidade internacional e na cooperação policial internacional, além de  fortalecer a parceria nas áreas de tráfico de drogas, crime organizado, crime florestal, tráfico de pessoas e corrupção.

Sobre o Centro de Excelência (CdE)

Em início de implementação, o Centro de Excelência para a Redução da Oferta de Drogas Ilícitas (CdE) é uma ação de 18 meses implementada pelo UNODC com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD) e tem o objetivo a elaboração de estudos e análises sobre tendências e ameaças representadas pelos diferentes tipos de tráficos de ilícitos e crime organizado transnacional, bem como trabalhar na divulgação dessas informações para parceiros governamentais, da sociedade civil e da imprensa nacional e internacional.

Programa LEAP

Estabelecido em 2018, o LEAP é uma parceria entre UNODC, INTERPOL e RHIPTO e busca compartilhar conhecimento e construir redes globais para combater o desmatamento ilegal e crimes conexos em países da América Latina e do Sudeste Asiático. No Brasil, o programa busca reforçar a capacidade alfandegária, policial e florestal. Após uma série de missões de avaliação envolvendo reuniões com RF, PF e IBAMA, os portos de Paranaguá (PR), Manaus (AM), Belém (PA) e Santos (SP) foram selecionados como portos piloto para a implementação do programa.  

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Para saber mais:  http://www.agenda2030.com.br/

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