Inclusão sem exclusão: O UNODC aborda o estigma associado ao uso de substâncias
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Viena, Áustria, 20 de Janeiro de 2020 - O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), com o apoio do governo do Canadá, reuniu 50 especialistas de 25 países e 5 organizações internacionais, em Viena, de 14 a 16 de Janeiro. O objetivo do encontro foi de compartilhar conhecimentos e experiências sobre como lidar com o estigma associado ao uso de substâncias.
O estigma é um enorme desafio no campo das substâncias psicoativas, incluindo substâncias controladas, afetando fortemente e de forma negativa as pessoas com distúrbios devido ao uso de substâncias, suas famílias e amigos, bem como os serviços que lhes são oferecidos e que elas procuram.
Pesquisas demonstram que o estigma associado ao uso de substâncias é muito maior do que os distúrbios de saúde mental e isso amplia os efeitos negativos do uso de substâncias na saúde e na sociedade, incluindo o sofrimento causado pela doença e a alta taxa de mortalidade.
Em reconhecimento a essa situação, o governo do Canadá, juntamente com o Uruguai e a Bolívia, apresentaram uma resolução, na 61ª sessão da Comissão de Entorpecentes, que foi confirmada com o copatrocínio de 19 outros Estados-membros: 61/11 "Promover atitudes não estigmatizantes para garantir a disponibilidade, o acesso e a prestação de serviços de saúde e de assistência social aos usuários de droga". No seguimento da Resolução, o UNODC, com o apoio do governo do Canadá, lançou uma iniciativa sobre como abordar o estigma associado ao uso de substâncias.
Participaram do evento de três dias em Viena pesquisadores, prestadores de serviço, pessoas com experiências vividas e representantes do UNODC e da OMS, do Plano Colombo, da Comissão Interamericana para o Controle do Abuso de Drogas (CICAD) da Organização dos Estados Americanos e do Grupo Pompidou do Conselho da Europa.
Eles discutiram boas práticas globais em torno, por exemplo, da educação dos profissionais de saúde e outros prestadores de serviço sobre o estigma, bem como acerca da compreensão cuidadosa e adequada das evidências científicas; da mudança de linguagem associada ao uso e dos transtornos relacionados ao uso de substâncias; do apoio à participação significativa de pessoas com experiências vividas no desenvolvimento de políticas e serviços; e da sensibilização com ênfase particular no contato.
Os resultados da discussão servirão para o preparo de um manual que vai resumir as melhores práticas globais para consideração de formuladores de políticas de todo o mundo.
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Para saber mais: http://www.agenda2030.com.br/