No Dia Mundial de Luta contra a Aids, o UNODC pede aumento no número de testes de HIV para as pessoas que usam drogas e as privadas de liberdade

On World AIDS Day, UNODC calls for increasing HIV testing for people who use drugs and those in prisons

Conhecer seu estado sorológico é um ponto de partida crucial para a prevenção, o tratamento e o cuidado com o HIV. As pessoas que conhecem seu estado sorológico podem tomar decisões conscientes, realizar o tratamento para HIV de forma a manter-se saudáveis e prevenir a transmissão do vírus. O tema escolhido para o Dia Mundial de Lula contra a AIDS de 2018 é, "Viva a vida positivamente - saiba o seu estado sorológico". 

Um progresso significativo tem sido realizado na resposta à AIDS desde o primeiro Dia Mundial de Lula contra a AIDS, ocorrido em 1988. Hoje, três em cada quatro pessoas que vivem com HIV sabem seu estado sorológico. No entanto, mais ações são necessárias para acabar com a epidemia. A UNAIDS definiu a meta 90-90-90 que visa a garantir que, até 2020, 90% de todas as pessoas vivendo com HIV conheçam seu estado sorológico; 90% de todas as pessoas com diagnóstico de infecção por HIV recebam terapia antirretroviral prolongada; e 90%o de todas as pessoas que recebem terapia antiretroviral tenham supressão viral.

O progresso global em direção à meta 90-90-90 é notável, pois 75% das pessoas que vivem com HIV sabem o seu estado sorológico; 79% das pessoas que vivem com o HIV e que sabem seu estado sorológico estão em tratamento; e 81% das pessoas em tratamento são viralmente suprimidas. 

Olhando mais de perto, no entanto, o progresso para alcançar a meta 90-90-90 excluiu muitas vezes populações-chave, incluindo pessoas que injetam drogas e pessoas privadas de liberdade. Mesmo em países com taxas significativamente maiores de detecção do HIV, as taxas de testagem para o HIV ainda são baixas entre essas duas populações.

Em sua declaração no Dia Mundial de Lula contra a AIDS, comemorado anualmente em 1º de dezembro, o diretor executivo do UNODC, Yury Fedotov destacou a necessidade de apoiar esses grupos vulneráveis: "Os programas de testagem devem ser expandidos entre usuários de drogas e pessoas privadas de liberdade, mantendo os padrões de consentimento informado e confidencialidade. Para isso, precisamos de vontade política, investimento adequado e capacitação".

Fedotov também delineou alguns dos desafios que esses grupos enfrentam: "Estigma, discriminação, coerção e falta de consentimento e confidencialidade ainda impedem que muitas pessoas que usam drogas e pessoas privadas de liberdade façam o teste de HIV e acessem serviços de HIV".

O risco de contrair o HIV é 23 vezes maior entre pessoas que injetam drogas e cinco vezes maior entre pessoas privadas e liberdade do que em adultos na população em geral. Globalmente, 1,3 milhões de 11 milhões de pessoas que injetam drogas vivem com HIV; e dos 30 milhões de pessoas que passam tempo em prisões anualmente, estima-se que 3,8% estejam vivendo com o HIV. 

Somente em 41 países o teste de HIV está disponível para pessoas que injetam drogas. A disponibilidade de serviços de testagem para HIV nas prisões também é muito limitada. Mesmo em ambientes onde estão disponíveis, muitos fatores impedem o acesso dessas populações ao teste de HIV. Para as mulheres entre essas populações, a violência de gênero e a falta de serviços específicos ao gênero são barreiras adicionais aos serviços de HIV, incluindo testes. 

Para mais informações:

Programa Global de HIV do UNODC

Objetivo 90-90-90: Tratamento para todos

UNAIDS

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