UNODC: trinta anos após o início da pandemia global de AIDS, as pessoas que usam drogas e prisioneiros ainda são afetadas indevidamente
1º de dezembro de 2017 - O Dia Mundial da Luta Contra a AIDS é organizado anualmente em 1 de dezembro desde 1988. O tema deste ano "Minha saúde, meu direito" ressalta a necessidade de todos os afetados pelo HIV a terem acesso a ferramentas de prevenção e tratamento para essa doença mortal.
A campanha de 2017 enfatiza o direito de todos de tomarem decisões sobre sua saúde e de serem tratados sem discriminação, com respeito e dignidade. Esses princípios são totalmente apoiados pelo UNODC em seu próprio trabalho sobre HIV dentro das prisões e com pessoas que usam drogas.
Para aumentar a conscientização sobre o Dia Mundial da AIDS e destacar o papel do UNODC, a Dra. Monica Beg, médica e chefe da Seção de HIV/AIDS do UNODC, falou sobre seu inestimável trabalho.
Perguntada se o HIV entre usuários de drogas e pessoas nas prisões permaneceu relevante, ela disse: "Três décadas na pandemia mundial de AIDS, pessoas que injetam drogas e prisioneiros ainda são afetados desproporcionalmente pelo HIV".
Beg observou que as novas infecções por HIV entre pessoas que injetam drogas aumentaram 33 por cento entre os anos de 2011 a 2015. As evidências também mostraram que os prisioneiros eram cinco vezes mais propensos a viver com HIV do que os adultos que vivem fora das prisões.
Refletindo sobre a propagação do HIV nas prisões, Beg disse: "Além da tuberculose, a AIDS é uma das principais causas de morte entre prisioneiros em muitos países". Ela acrescentou, no entanto, a cobertura dos serviços de prevenção e tratamento do HIV para pessoas que injetam drogas e nas prisões era precária. Apenas 1% das pessoas que utilizam drogas injetáveis vivem em países com cobertura adequada de serviços essenciais.
ao responder uma questão sobre a necessidade de atingir o objetivo de acabar com a AIDS até 2030, estabelecido na Agenda para o Desenvolvimento Sustentável de 2030, Beg declarou: "Devemos fazer negócios de forma diferente". Ela afirmou que é necessário haver maiores conversas entre o controle nacional de drogas e as agências de aplicação da lei, as autoridades penitenciárias e os setores de justiça e saúde.
Tão importante quanto isso, disse, é a necessidade de "envolver-se com sociedades civis e comunidades para garantir que suas políticas, estratégias e práticas sejam harmonizadas, com base em evidências e em direitos humanos".
Beg pediu por uma ampliação dos serviços de redução de danos causados pelo HIV para as pessoas que injetam drogas, conforme definido pelo UNODC, OMS e o UNAIDS, e também no apoio a serviços abrangentes de HIV para pessoas encarceradas, conforme definido pelo UNODC e seus parceiros da UNAIDS.
Convidada a discutir o valor acrescentado do UNODC, Beg declarou: "O UNODC é um parceiro natural e confiável das agências de controle de drogas e policiais, autoridades penitenciárias e setores de justiça e saúde".
Ela disse que foi por esta razão que o UNODC, em 1999, foi convidado a se juntar à família UNAIDS, como co-patrocinador, para liderar a prevenção e tratamento do HIV para pessoas que usam drogas e pessoas em presídios.
"Todos esses fatores colocam o UNODC em uma posição favorável para apoiar os Estados membros e as organizações da sociedade civil na abordagem sobre o HIV em relação ao uso de drogas e nas prisões", disse Beg.
We thank our UN Online Volunteer, Juliana Nogueira, for her contribution to the translation of this article. Juliana is an online volunteer mobilised through www.onlinevolunteering.org".
Outras informações (em inglês):
Statement of the UNODC Executive Director, Yury Fedotov, on World AIDS Day