Admita que não se pode parar o crime organizado

 

Os governos da região dão um diagnóstico difícil de tráfico de drogas e terrorismo. Foto: La Nacion

16 de Novembro de 2016 - Duro, frontal e realista. Assim é o diagnóstico da situação que se vivem nas fronteiras dos países do Cone Sul e que é avaliada no documento que será apresentado hoje no Brasil. O pronunciamente levanta a seguinte questão abertamente: "Nossas nações estão perdendo a batalha contra o crime organizado transnacional".

Convocados na última reunião do Cone Sul sobre segurança nas fronteiras, os ministérios da área de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai apresentaram hoje em Brasília um diagnóstico da situação que existe nas fronteiras, mas também fizeram uma análise das ferramentas por concordar conjuntamente em lutar contra o avanço do narcotráfico, do terrorismo, do tráfico de pessoas e do contrabando.

Segundo o documento que será apresentado hoje em Brasília, os países do Cone Sul afirmam: "Enquanto enfrentamos dificuldades para a integração, as redes criminosas estão cada vez mais integradas". Nesse sentido, admite-se que as políticas e ferramentas utilizadas até agora "são insuficientes e insatisfatórias". Também há uma aceitação das "dificuldades nacionais e regionais para coordenar tarefas com as autoridades".

Estarão presentes na reunião, os ministros de Relações Exteriores, da Defesa, Interior, Segurança e Justiça. Do lado argentino estarão o ministro da Defesa, Julio Martínez, e o vice-chanceler Carlos Foradori. Também cherão no Brasil o titular de Migrações, Horácio García; o diretor de Assustos de Fronteiras do Ministério do Interior, Fernando Cafasso; o secretário de Fronteiras de Segurança, Luis Green, e o diretor da Unidades Coordenadora Internacional de Justiça, Eugenio Curia, entre outros. Todos irão se juntar à cúpula e levarão propostas para combater o crime organizados nas fronteiras.

Entre as ferramentas que discutidas no documento e que serão debatidas hoje, tem-se:

  • A ideia de roforçar a articulação entre as agências de inteligência, segurança, defesa e aduaneira.
  • Capacitação conjunta das Forças Armadas e da Segurança Policial.
  • Realizar ações de inteligência com equipes de investigação conjuntas.
  • A integração dos controles de fronteiras.
  • Fortalecer os mecanismos de controle nacional e regional de precursores químicos e de circulação de armas.
  • Detectar instrumentos para prevenir a lavagem de dinheiro.
  • Harmonização das leis e estudos de vulnerabilidade na fronteira.

"Há um diagnóstico realista das fronteiras que é difícil, mas que antes estava oculto. Agora, se poderá trabalhar sobre uma base firme e real", disse ao Jornal LA NACION um funcionário da comitiva argentina.

A intenção dos funcionários do Cone Sul, que estarão hoje em Brasília, é blindar todas as fronteiras nos próximos meses para "potencializar a integração e combater fortemente o crime organizado", refletiu ontem um diplomata do Mercosul.

Todas as medidas e ferramentas que serão utilizadas estarão amparadas pela Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado, que foi acordada por todos os países da região. 

Como se sabe, é a primeira vez que se dará um diagnóstico tão duro e realista sobre o que acontece hoje nas fronteiras. Não estarão presentes a chanceler Susana Malcorra, nem a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, que se encontra em Israel, de onde manteve contato ontem com as autoridades de segurança locais e os avançou na eventual compra de equipamentos para as forças de segurança.

Foto: La Nacion

Carlos Foradori, Vice-chanceler

A cúpula reunirá ministros e secretários da região, que admitem em um documento: "Nossas nações estão perdendo a batalha contra o crime organizado transnacional".

 

*Com informações do jornal  La Nacion. 

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