Secretário-Geral da ONU visita a Argentina
Buenos Aires, 8 de agosto de 2016 - Após participar da abertura dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, o Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, chegou à República da Argentina no domingo, 7 de agosto. Antes de sua estadia em Buenos Aires, ele visitou as Cataratas do Iguaçu, acompanhado de sua esposa, Yoo Soon-taek, de onde pode contemplar a paisagem natural e ressaltar sua mensagem sobre a importância da preservação do meio ambiente.
A primeira atividade oficial de sua agenda consistia em uma sessão acadêmica, organizada pelo Conselho Argentino para as Relações Internacionais (CARI), na qual participaram membros do conselho, funcionários do governo, diplomatas, representantes de agências, fundos e programas da ONU na Argentina e outros convidados especiais.
O evento foi presidido pelo ex-chanceler argentino e presidente do CARI, Adalberto Rodríguez Giavarini, e pela chanceler Susana Malcorra, responsável por apresentá-lo e destacar seu papel durante seus dois mandatos: "O Secretário-Geral tem investido muito capital político para promover a igualdade de gênero e com base nos seus esforços foi criada a ONU Mulheres; além disso, dedicou-se profundamente às alterações climáticas, conseguindo finalmente firmar o Acordo de Paris, e trabalhou incansavelmente para superar os Objetivos do Milênio. Assim nasceu a Agenda 2030 com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que integram o desenvolvimento econômico, social e ambiental", afirmou a Ministra das Relações Exteriores da Argentina.
Em um breve discurso, Ban Ki-moon parabenizou o país por seus 200 anos de independência e agradeceu à Argentina por sua cooperação com a ONU, tanto nas missões de Paz do Haiti e Chipre, por meio dos capacetes azuis, como na recente missão de monitoramento que começou na Colômbia, na qual contribuem os observadores desse país. Ele pediu ao governo nacional que continue a trabalhar na erradicação da violência contra a mulher, na luta contra as mudanças climáticas e ressaltou o trabalho da equipe da Argentina das Nações Unidas no país em sua colaboração para que se cumpram os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
Finalizou suas palavras com uma metáfora sobre o tango, um dos símbolos da cultura argentina, dizendo: "Para dançar o tango, precisa-se de paciência, prática, perseverança, união e respeito mútuo. Quando você dança o tango, tem que ter cuidado para não pisar no parceiro. Esse espírito de tango argentino pode ser um guia para nosso trabalho. Dancemos juntos o tango, com respeito mútuo e harmonia".
O Secretário-Geral foi recebido pelo presidente Mauricio Macri, na Casa Rosada, onde ele entregou a condecoração da Ordem do Libertador San Martín. "Esta manhã pudemos confirmar que queremos trabalhar em conjunto com as Nações Unidas. Temos uma agenda em comum, na qual cremos, que nos convoca. Falamos do compromisso em conjunto contra a mudança climática, o compromisso que temos assumido na última Cúpula em Paris, que estamos ratificando pelo Congresso Nacional e o compromisso solidário de trabalhar com o tema dos refugiados", afirmou Macri.
Quanto a isso, o chefe da ONU afirmou: "Estou contente em ver como as prioridades da Argentina mudaram de acordo com as prioridades de desenvolvimento da ONU. Hoje, a Argentina é um suporte ativo da orgulhosa agenda pelo desenvolvimento da paz e dos direitos humanos".
Escritório da ONU Mulheres na Argentina
À tarde, o Secretário-Geral da ONU entregou uma coroa de flores no Monumento ao General San Martín, acompanhado pela chanceler Malcorra, e mais tarde, realizaram reuniões na Chancelaria argentina.
Na sede de San Martín, foi assinada a Carta de Intenção para a abertura do Escritório da ONU Mulheres na Argentina. A cerimônia contou com a participação de Malcorra e Ban Ki-moon, além de Luíza Carvalho, Diretora Regional da ONU Mulheres para as Américas e Caribe.
Após anunciar a criação da agência e em seguida as assinaturas correspondentes, o Secretário-Geral disse estar muito feliz por testemunhar esse momento tão importante, sendo que esta Carta de Intenção para estabelecer um escritório da ONU Mulheres em Buenos Aires significa a presença de uma agência a mais que se soma às já existentes no país, considerando-o um momento histórico em uma nação pioneira na participação das mulheres na política.
"Não podemos alcançar a pobreza zero que cobramos do governo; sem as mulheres não estamos realmente capacitadas, então eu acho que o que estamos fazendo hoje é captar institucionalmente o acompanhamento das Nações Unidas a esse objetivo, que é fundamental na administração do presidente Macri", afirmou a chanceler argentina.