Políticas globais de drogas devem colocar as pessoas em primeiro lugar, afirma o chefe do UNODC durante a UNGASS sobre Drogas 2016
Nova Iorque, 19 de Abril de 2016 - Durante a abertura da Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre Drogas (UNGASS), hoje, em Nova Iorque, o Diretor Executivo do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), Yury Fedotov, ressaltou a necessidade de estratégias integradas para discutir o desafio das drogas.
Durante a plenária, Fedotov convidou os Estados Membros a adotarem um documento final, intitulado "Nosso compromisso conjunto de enfrentar de forma efetiva o problema mundial das drogas".
No documento final, os Estados Membros reafirmam seus compromissos com os objetivos das três convenções internacionais de drogas, assim como seus compromissos de enfrentar o problema mundial das drogas e promover de forma efetiva uma sociedade livre do uso abusivo de drogas.
O documento contem recomendações operacionais voltadas para a redução da demanda e do fornecimento; acesso a medicamentos controlados, questões de direitos humanos, jovens, crianças, mulheres e comunidades; desafios emergentes, incluindo substâncias psicoativas; fortalecimento da cooperação internacional; e desenvolvimento alternativo.
Em seu discurso de abertura, Fedotov afirmou que espera que as recomendações feitas no documento possam ajudam a promover uma "ação urgente, unificada e centrada".
"Essa UNGASS é uma oportunidade critica, em um momento crítico, para construir uma compreensão coletiva dos desafios que enfrentamos," afirmou Fedotov, enfatizando a necessidade de uma política global de drogas que "coloca as pessoas em primeiro lugar".
"Colocar as pessoas em primeiro lugar significa estratégias integradas que respeitem a saúde e os direitos humanos, e promovam a segurança das nossas sociedades", assim como reafirmam "o foco na saúde e no bem-estar social que são preceitos fundamentais das convenções internacionais de drogas", disse Fedotov.
Ele reafirmou o engajamento do UNODC, como líder da agência da ONU que trabalha os desafios impostos pelas drogas ilícitas, apoiando os governos na implementação das recomendações do documento final, incluindo tomar ações para:
- Assegurar o acesso a medicamentos controlados para aliviar a dor e o sofrimento
- Promover estratégias de prevenção, tratamento, reabilitação e reintegração baseadas em evidências cientifica, na saúde pública e nos direitos humanos.
- Prevenir e enfrentar o cultivo e a produção ilícitas e o tráfico;
- Combater o crime organizado, lavagem de dinheiro e transações ilícitas, utilizando ferramentas das convenções de drogas, corrupção, crime organizado transacional e terrorismo, assim como normas, padrões e diretrizes das Nações Unidas.
Ele destacou ainda as relações existentes entre as repostas ao problema mundial das drogas e a implementação da Agenda 2030 e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
Conclamando os governos a reconhecerem que o desafio das drogas é uma responsabilidade comum e compartilhada, Fedotov, pediu mais financiamento, principalmente para países com recursos e capacidades limitadas..
"Nossa estratégia integrada para o problema mundial das drogas tem uma chance mínima de avançar se os compromissos políticos não forem apoiados por um financiamento adequado de recursos", afirmou.
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