UNODC inicia Projeto "A Liberdade de Olhar" em penitenciárias do Goiás

 

Brasília, 07 de agosto de 2015 - Aparecida de Goiânia, em Goiás, é a terceira cidade brasileira a receber o Projeto "A Liberdade de olhar", que promove, por meio de oficinas de fotografia, um diálogo sobre direitos humanos, gênero, saúde e violência no sistema prisional. O projeto é resultado de uma parceria entre o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) com a Delegação da União Europeia no Brasil, o Ministério da Saúde, o Ministério da Justiça e com o apoio do Estado de Goiás.

Durante todo o mês de Agosto, o Estado de Goiás receberá o projeto, que oferece aos internos e profissionais do sistema carcerário a chance de expressar seus olhares sobre o ambiente prisional, através da captura de imagens que representem as percepções e os sentimentos de quem vive o cotidiano dos presídios brasileiros. Ao longo dessa primeira semana, o projeto acontece na Penitenciária Feminina Consuelo Nasser e conta com a participação de dez internas. Nas semanas subsequentes o projeto acontecerá na Penitenciária Masculina Coronel Odenir Guimarães.

 

"Mais uma vez o projeto "A Liberdade de Olhar" abre uma oportunidade de escuta para estas mulheres que quase nunca tem voz, uma oportunidade de compreender um pouco mais sobre o universo feminino no sistema prisional. Temas como a sexualidade, a maternidade, os desafios do mercado de trabalho quando conseguem sair, o acesso a serviços de saúde, alimentação e a convivência no regime fechado vieram a tona e podem representar uma importante ferramenta para formadores de políticas públicas e atores do judiciário", afirmou Nara Santos, Oficial de Programa de HIV/Aids do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) ao final da primeira semana de trabalho.

O projeto começa com uma oficina de fotografia, onde os participantes aprendem noções básicas de fotografia e recebem câmeras digitais para registrar qualquer lugar, objeto ou pessoa que tenha um significado para eles, dentro dos ambientes em que vivem, circulam e trabalham nos presídios. As imagens produzidas pelos participantes são utilizadas na segunda etapa do projeto. Assim, em um segundo momento, a metodologia do projeto prevê uma discussão sobre direitos humanos a partir das fotografias selecionadas pelos participantes que servirão para abrir um espaço de diálogo sobre as relações e percepções entre pessoas encarceradas e profissionais do sistema prisional, abordando conceitos e diretrizes sobre gênero, vulnerabilidades, promoção à saúde, prevenção de doenças e violência.

Saiba Mais:

A primeira edição do projeto teve inicio em agosto de 2013 na Penitenciária Feminina Madre Pelletier e no Presídio Central de Porto Alegre e teve como resultado a exposição  "A Liberdade de Olhar". A exposição é composta por um acervo de fotografias resultantes das duas oficinas que foram realizadas com 17 internos e 18 profissionais dos presídios em Porto Alegre. No total, mais de 100 imagens que retratam o cotidiano dos dois presídios, clicadas nas oficinas por quem vive essa realidade todos os dias, foram exibidas em impressões e numa projeção junto a relatos dos participantes. A primeira edição da exposição aconteceu, em 2013, na Usina do Gasômetro e na Praça Quinze de Novembro em Porto Alegre. A exposição ainda esteve presente no Fórum Mundial de Direitos Humanos e na IV Mostra de Atenção Básica. Em novembro de 2014 foi levada para a Consulta Global para prevenção e tratamento para o HIV/Aids, atenção e suporte às pessoas vivendo com HIV/Aids em sistemas prisionais que ocorreu em Viena e em dezembro foi levada para a  I Mostra Internacional de filmes #Zerodiscriminação que aconteceu em Brasília. Em 2015, a exposição foi levada para o 13º Congresso das Nações Unidas sobre Prevenção ao Crime e Justiça Criminal em Doha.

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