Violência contra mulheres e meninas "envergonha todas as sociedades", alerta Diretor Executivo do UNODC
Publicado originalmente pelo Centro de Notícias da ONU em 19/05/2015
20 de Maio de 2015 - Expressando preocupação com os constantes assassinatos de mulheres e meninas, o Diretor Executivo do UNODC lançou forte apelo para que tais atos tenham fim, bem como para retirar questão do gênero do centro das "terríveis experiências diárias de violência" que destroem tantas vidas.
"A violência contra mulheres e meninas, em todas as suas formas, envergonha a todos", disse o Diretor Executivo do UNODC, Yury Fedotov, em seu discurso durante a 24ª Sessão da Comissão sobre Prevenção ao Crime e Justiça Penal que teve início essa semana e termina no dia 21 de maio, em Viena.
De acordo com o UNODC, o número de assassinatos de mulheres e meninas continua elevado no mundo todo. Em 2012, por exemplo, pelo menos 43 mil mulheres foram assassinadas por seus parceiros ou familiares.
No entanto, esse tipo de crime é apenas o sinal mais visível e brutal do que está acontecendo com milhões de mulheres. Longe do nosso campo de visão, segundo o Sr. Fedotov, estão as lamentáveis experiências diárias de violência que marcam a vida de mulheres e meninas.
Tais experiências, incluindo atos terríveis de violência sexual, acontecem no setor rural e nas cidades, assim como em escolas, locais de trabalho e, especialmente, em casa.
"Nós também precisamos reconhecer que, assim como nenhuma sociedade está imune a esses atos de violência, todos fazemos parte da solução", Sr. Fedotov frisou, acrescentando que "não devemos permitir que nenhuma mulher ou jovem se sinta isolada ou em perigo".
Desse modo, a sociedade não só deve garantir a segurança necessária para as mulheres, como também deve oferecer oportunidades, igualdade e prosperidade.
Citando os esforços para combater a crimes contra mulheres e meninas, Fedotov acrescentou que o UNODC está trabalhando para acabar com o preconceito de gênero que está presente em muitas legislações e sistemas de justiça penal, e que perpetua a impunidade com relação aos atos violentos.
Fedotov também pediu para que todos aqueles no sistema de justiça criminal respeitem e protejam mulheres e meninas, encarando a violência doméstica como um crime grave.
"Para acabar com este grave crime, todos devem trabalhar em um espírito de parceria e de cooperação para mudar leis, percepções e comportamentos", declarou Fedotov, advertindo ainda que, se não forem tomadas as medidas necessárias "continuaremos a ver esse crime violento minar nossos esforços para construir sociedades melhores e mais inclusivas"
Mais informações em:
UNODC's work on gender in the criminal justice system
Statement by UNODC's Executive Director on violence against women and girls