UNODC participa do I Congresso Internacional de Prevenção dos Problemas Relacionados ao Uso de Drogas (PREVINE 2014)
Brasília, 28 de novembro de 2014 - "O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime no Brasil é um importante parceiro e tem realizado um trabalho de extrema importância em nosso País nas áreas de saúde, tráfico de pessoas, corrupção, drogas, crime organizado e lavagem de dinheiro", afirmou o Secretário Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça, Vitore Maximiano durante a abertura do I Congresso Internacional de Prevenção dos Problemas Relacionados ao Uso de Drogas (PREVINE) que contou com a participação de cerca de 700 pessoas.
O congresso reuniu gestores públicos, especialistas, acadêmicos e sociedade civil em Brasília, entre os dias 27 e 28 de novembro, com o objetivo de ser um espaço de compartilhamento de conhecimento e boas práticas sobre políticas sociais universais, intervenções seletivas para famílias, escolas e comunidades em situação de risco, regulação das drogas legais e o combate ao estigma em campanhas de informação. Além disso, o congresso também promoveu o debate de como a ciência social e as ciências da saúde brasileiras podem responder ao desafio de pensar a prevenção no atual contexto social e cultural do Brasil.
Durante a abertura, o Representante do Escritório de Ligação e Parceria do UNODC no Brasil, Rafael Franzini, destacou os avanços importantes do Brasil no tratamento do usuário de drogas do ponto de vista da saúde e refletiu sobre a importância desse congresso para a formulação de políticas de prevenção de drogas. "Eventos como este são fundamentais para a formulação de políticas eficazes de prevenção de drogas", afirmou o Franzini. Além disso, o Representante aproveitou a ocasião para lançar a versão em português da publicação do UNODC intitulada: "Diretrizes Internacionais sobre a Prevenção do Uso de Drogas".
Também participaram da sessão de abertura o Secretário Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça, Vitore Maximiano, o Coordenador Nacional de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde, Roberto Tykanori e a Professora/Doutora da Universidade Federal de Santa Catarina, Roseli Zen Cerny.
Mesa de abertura do Primeiro Previne | Plateia do auditório do Primeiro Previne |
O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que também esteve presente na sessão de abertura, destacou a importância de um trabalho conjunto de ações sociais, de segurança pública e de saúde para prevenir o uso problemático de drogas lícitas e ilícitas. "O Estado tem o dever de agir no plano da prevenção e para isso precisamos vencer os preconceitos, compartilhar experiências de boas práticas e impulsionar pesquisas nessa área", afirmou o Ministro.
A Oficial de Programa de Saúde do UNODC, Nara Santos participou como mediadora da sessão intitulada "Prevenção: da ciência à realidade brasileira". A mesa foi composta pelo Sr. Gregor Burkhart, do Observatório Europeu de Droga e Toxicodependência, que discutiu a efetividade das estratégias de prevenção, baseado em dados da publicação do UNODC lançada no evento. Também compuseram a mesa a Sra. Daniela Ribeiro Schneider, da Universidade Federal de Santa Catarina, que abordou a influência do contexto social e cultural na prevenção. Epela Sra. Ana Cecília Petta Roselli Marques, da Universidade Federal de São Paulo e Associação Brasileira de Estudo do Álcool e outras Drogas, que apresentou uma experiência de prevenção ambiental em um município de São Paulo.
No final do primeiro dia ocorreu o lançamento da Sociedade Brasileira de Prevenção, uma iniciativa das universidades envolvidas no processo de adaptação e avaliação das metodologias de prevenção no contexto familiar e nas escolas, no âmbito da parceria entre Ministério da Saúde, Ministério da Justiça e UNODC, Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade Federal de São Paulo e Universidade de Brasília. O UNODC participará do comitê executivo da Sociedade.
A manhã do segundo dia do evento foi marcada por duas mesas que discutiram ações de prevenção em contexto familiar e escolar, em que foram apresentadas metodologias do UNODC que tem sido aplicadas em diferentes cidades do país por meio de uma parceria entre o Ministério da Saúde, Universidades e Secretarias Estaduais e Municipais, são elas Jogo Elos - Construindo Coletivos, #tamojunto e Fortalecendo Famílias.
A metodologia Jogo Elos - Construindo Coletivos é uma estratégia para a produção de uma interação harmônica e cooperativa entre os educandos e com os educadores. Está centrada em alguns elementos básicos e necessários para o desenvolvimento da autonomia dos educandos, sendo esta autonomia um pressuposto para a construção de coletivos. A metodologia é destinada a educando da 1º a 5º série do ensino fundamental e oportuniza o desenvolvimento de habilidades sociais, como autoconhecimento, autocontrole, autonomia, empatia, escuta, oralidade e tolerância.
O programa #tamojunto é uma ferramenta que trabalha os conceitos de influências sociais e o desenvolvimento de habilidades de vida associadas à prevenção do uso de drogas. O programa é baseado no Modelo de Influência Social Global - cuja proposta de trabalho ancora-se em três eixos: desenvolvimento de habilidades de vida, elucidação do papel das crenças normativas, e pensamento crítico frente as informações a respeito do tema. A metodologia enfatiza o caráter interativo, ou seja, estimula a troca constante de experiências entre os educandos, por meio do estilo de vida dos adolescentes e suas crenças. O programa é voltado para educandos da 7º série e 8º ano do ensino fundamental.
Finalmente, a terceira metodologia Fortalecendo Famílias é uma proposta de intervenção junto a famílias que tem por objetivo reduzir os fatores de risco ao uso e abuso de substâncias por adolescentes. Atua na construção e no fortalecimento dos vínculos familiares, entendidos como fatores de proteção contra o uso e abuso e álcool, tabaco e outras drogas. O público alvo são famílias (pais e responsáveis) com filhos adolescentes entre 10 e 14 anos.
O congresso foi organizado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça, pela Coordenação Nacional de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde e pela Universidade Federal de Santa Catarina, com o apoio do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e contou com a participação de aproximadamente 700 pessoas.