Colômbia reduz em 25% as plantações de coca em 2012, segundo pesquisa do UNODC
Bogotá, 19 de setembro de 2013 - A área sob cultivo de coca na Colômbia caiu 25% em 2012 para 48.000 hectares (ha), em comparação aos 64.000 ha de 2011. Este foi o quadro nacional ao final de 2012, comparado aos dados do final do ano anterior.
Uma pesquisa realizada conjuntamente pelo governo da Colômbia e pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) mostra que o cultivo de arbusto de coca afetou 23 dos 32 departamentos do país; diminuiu em 17 departamentos; aumentou nos três departamentos de Norte de Santander, Caquetá e Chocó, e manteve-se inalterada nos três restantes .
Imagens de satélite e pesquisas de campo mostraram que cerca de 80% do cultivo estava concentrado em oito departamentos, com cerca de metade localizado em três desses departamentos. Nariño, Putumayo, Guaviare e Cauca viram os maiores declínios e sete departamentos estão agora abaixo do nível de 100 ha.
O governo erradicou manualmente quase 30.500 ha de arbustos de coca em 2012 e pulverizou quase 100.550 ha de plantações de coca pelo ar, em níveis semelhantes aos de 2011. Esses esforços reduziram a área afetada pelo cultivo de coca de 135 mil ha em algum momento de 2012 para 48 mil ha ao final do ano.
O valor da folha de coca e seus derivados (pasta de coca, base de cocaína) em 2012 foi estimado em US$ 370 milhões , abaixo do valor de US$ 422 milhões de 2011, e equivalente a 0,2% do PIB nacional e 3% do PIB relacionado ao setor agrícola. Em contraste, os preços permaneceram estáveis para base de cocaína (3,9%), pasta (-0,4%), e cloridrato (-2,4%). Estudos recentes mostram que a produção de folha de coca por ha diminuiu. O número de famílias envolvidas no cultivo de coca caiu 3%, saindo de 62.400 em 2011 para 60.600 em 2012.
Os rendimentos anuais de folha de coca têm diminuido desde 2005, mas o preço de mercado aumentou quase 10%. A produção de cocaína 100% pura variou entre 240 e 377 toneladas. Uma vez que as estimativas são incertas, o número de 2012 pode ser calculado em 309 toneladas, o que é comparável com o valor de 2011. As apreensões de cocaína de pureza desconhecida subiram 21%, de cerca de 156 toneladas métricas em 2011 para cerca de 188 toneladas em 2012.
Com a renda bruta média de um agricultor que vende folha de coca estimada em US$1.220 por ano, a produção de coca não atinge as mesmas recompensas lucrativas do passado; em 2005, 82% dos plantadores de coca eram dependentes da cultura e seus derivados, enquanto a pesquisa mais recente aponta que 60% dos agricultores - 30% menos - consideram as atividades relacionadas à coca como suas principais fontes de renda. Cerca de 30% dos agricultores estão envolvidos na conversão da folha de coca em base de cocaína, metade do valor de 2005.
"O impacto dos esforços do governo para erradicar o cultivo ilícito de coca é visível. Porém, a pesquisa de 2012 e as anteriores mostram que depois que a erradicação ocorre, muitas vezes o cultivo é retomado em áreas novas ou já limpas. Portanto, a erradicação de culturas, mesmo quando produz resultados positivos , deve ser complementada por sistemas alternativos de subsistência para melhorar as condições sociais, econômicas e ambientais e para conseguir uma redução sustentável da área sob cultivo", disse Bo Mathiasen, representante do UNODC na Colômbia.
Em 2012, os investimentos de quase US$ 250 milhões foram feitos no âmbito da Política de Consolidação Territorial para enfrentar os fatores que tornam territórios vulneráveis ao cultivo de coca, além de promover desenvolvimento, principalmente nas províncias de Nariño, Antioquia, Putumayo, Huila e Cauca.
Informação relacionada:
Relatório de Monitoramento de Cultivo de Coca (em espanhol e inglês)