Cultivo e rendimento da folha de coca na Bolívia diminuem pelo segundo ano consecutivo, diz UNODC
La Paz, 16 de agosto de 2013 - O cultivo de coca diminuiu cerca de 7% no Estado Plurinacional da Bolívia, de acordo com o Relatório de Monitoramento de Cultivo de Coca de 2012, divulgado este mês pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e pelo Governo da Bolívia. Em 2012, a área cultivada cobria aproximadamente 25.300 hectares (ha), número inferior ao ano anterior, de cerca de 27.700 ha. Essa diminuição confirma a tendência de queda registrada em 2011, quando a área cultivada caiu 12% em relação a 2010.
O Representante do UNODC na Bolívia, Antonino De Leo, cujo escritório emite o relatório anual juntamente com o governo boliviano desde 2003, comemorou a continuidade desta tendência positiva.
Imagens de satélite e estudos de campo revelaram queda nas três regiões de maior produção de coca: em Yungas de La Paz, responsável por cerca de dois terços do cultivo de coca na Bolívia, houve uma queda de 7%, para 16.900 ha; no Trópico de Cochabamba, que produz quase um terço do cultivo de coca, houve uma redução de 6%, para 8.100 ha, e nas províncias do norte de La Paz, onde se encontra 1% das áreas cultivadas, houve uma diminuição de 14%, para 320 ha.
O cultivo de coca é proibido pela lei boliviana em áreas protegidas, incluindo parques nacionais. No total, as áreas protegidas do país registraram uma diminuição de 9%, de cerca de 2.360 ha em 2011 para 2.150 hectares no ano passado. O Parque Nacional Isiboro Sécure, que abriga cerca de metade das plantações de coca em áreas protegidas, mostrou uma redução de 4%, para cerca de 1.080 ha, enquanto Carrasco, o Parque Nacional responsável por mais de 40% do cultivo de coca em áreas protegidas, viu uma diminuição de 15%, para 930 ha.
O declínio dos níveis de cultivo de coca na Bolívia se devem tanto a uma combinação de esforços de erradicação conduzidos pelo governo, como ao diálogo com produtores e aos incentivos sociais. Em 2012, o governo erradicou cerca de 11.000 ha de plantações de coca, 5% a mais do que os 10.500 ha de 2011. Em nível departamental, a área erradicada no Trópico de Cochabamba ultrapassou os 8.200 ha, enquanto que o valor alcançado nos Yungas de La Paz foi de mais de 2.500 ha. Na região dos Yungas a queda também foi causada, ainda que em menor medida, pelo abandono de parcelas antigas afetadas pela deterioração da qualidade do solo.
O potencial de produção de folha de coca na Bolívia foi estimado em cerca de 45.000 toneladas, 6% menos do que o total do ano anterior, de 48.100 toneladas. Os Yungas alcançaram 22.200 toneladas, ou 49% da produção total, enquanto o Trópico de Cochabamba obteve 22.400 toneladas, ou 50% da produção total. As províncias do norte de La Paz foram responsáveis por 400 toneladas, cerca de 1% do rendimento total nacional de coca.
Em 2012, o volume de folhas de coca vendidas nos mercados autorizados de Villa Fátima e Sacaba, em La Paz e Cochabamba respectivamente, atingiu um volume de 18.400 toneladas, o equivalente a 41% do total da produção de folha de coca. Quase 94% do comércio autorizado foi realizado no mercado de Villa Fátima, com os seis por cento restantes feitos em Sacaba. Cerca de 38% da coca comercializada em 2012 nos mercados autorizados foi destinada ao departamento de Santa Cruz; 17% a Tarija; 13% a Cochabamba; 11% a Potosi e os restantes 21% a outros departamentos.
O preço da folha de coca caiu 5%, chegando ao equivalente a 7,4 dólares por quilo nos dois mercados autorizados pelo Governo. Como resultado, o valor total da folha de coca também caiu 7%, de US$ 353 milhões em 2011 para US$ 332 milhões em 2012. A cifra representa 1,2% do PIB e 13% do valor do setor agrícola em 2012.
As apreensões de folha de coca cresceram fortemente - 23% - de 600 toneladas em 2011 para quase 740 toneladas em 2012, enquanto as apreensões de pasta base de cocaína aumentaram 13%, de 28 toneladas para cerca de 32 toneladas. No entanto, as apreensões de cloridrato de cocaína caíram 26%, de 5,6 toneladas em 2011 para 4,1 toneladas em 2012.
Na coletiva de imprensa, De Leo encorajou as autoridades nacionais e locais a continuar a reduzir cultivos excedentes de coca, fortalecendo e expandindo programas de desenvolvimento alternativo e de luta contra o tráfico de drogas. Ele acrescentou: "O UNODC continuará a oferecer o seu apoio a estes esforços do Estado Plurinacional da Bolívia, facilitando e promovendo a cooperação regional e internacional em benefício da sociedade."
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