O crime organizado transnacional gera bilhões de dólares e milhões de vítimas, diz diretor do UNODC
15 de outubro de 2012 - O Diretor Executivo do UNODC, Yury Fedotov, disse nesta segunda-feira, 15, que o crime se aproveita dos países onde o Estado de Direito e outras instituições são vulneráveis aos criminosos. As declarações foram feitas durante a sexta sessão da Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional.
As vítimas desses crimes, segundo Fedotov, são mulheres e crianças traficadas para o comércio do sexo, as comunidades locais nos países em desenvolvimento devastadas pela extração ilegal de madeira, e os entes queridos e amigos que perderam alguém para drogas ilegais.
"Nós somos capazes de quantificar o custo do crime organizado transnacional, são 870 bilhões dólares, mas não podemos calcular o sofrimento e a miséria de milhões de pessoas causadas por essas atividades ilegais", disse Fedotov.
O diretor executivo do UNODC disse ainda que é importante reconhecer que o crime é inteligente, sofisticado e muito oportunista. O crime é capaz de se mover quando desafiado com sucesso. Para evitar o deslocamento perpétuo, é preciso oferecer atividades estratégicas de forma integrada, e a em tempo. A sociedade civil também tem um papel indispensável a desempenhar na resposta aos desafios do crime organizado transnacional.
Para atingir estes objetivos, Fedotov pediu aos países membros que sejam criativos e pró-ativos na troca de ideias e informações sobre o que está funcionando na luta global contra as drogas e o crime. "Temos que aproveitar as lições aprendidas e criar políticas práticas", disse Fedotov.
"Nosso objetivo coletivo deve ser o de acabar com o "delocamento temporário" que simplesmente move seções do crime de em lugar para outro quando desafiado, e começar uma era de redes de cooperação, coordenação e comunicação sobre o crime. Onde os criminosos são inteligente, temos que ser mais inteligentes, onde os criminosos são sofisticados, temos que ser ainda mais sofisticados e onde o crime transcende as fronteiras, assim deve a nossa cooperação."
Fedotov concluiu dizendo que deve existir maior intercâmbio de inteligência e uma melhor proteção de testemunhas e assistência às vítimas do crime organizado transnacional.
Em seu discurso, o presidente Danilo Türk da Eslovénia disse: "O crime organizado internacional é uma ameaça significativa para a paz e a prosperidade Apesar do nosso compromisso de Palermo, há doze anos, para trabalharmos juntos para combater o flagelo do crime organizado, o problema ainda persiste; o crime organizado está ganhando complexidade, alcance e ferocidade. Isso mostra que ainda existem lacunas em nossas leis, na aplicação da lei e na cooperação judicial e policial entre os países."
Fedotov e o presidente Türk falaram na abertura da conferência, que contará com a participação de 800 pessoas, incluindo representantes de membros permanentes e da sociedade civil. Durante a conferência, que vai de 15 a 19 de outubro, os participantes vão discutir uma variedade de tópicos relacionados ao crime.
Também participaram da abertura a ministra de Justiça da Áustria, Beatrix Karl, o ministro do Interior mexicano, Alejandro Poire, e a ministra da Justiça da Bolívia, Cecília L. Ayllón Quinteros, entre outros.
Uma nova campanha de conscientização global enfatizando o tamanho e o custo do crime organizado transnacional foi lançada no início deste ano pelo UNODC. Para assistir ao vídeo visite: http://www.unodc.org/toc/en/videos.html
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