Altos funcionários das Nações Unidas ressaltam necessidade de combater o crime organizado na América Central
18 de maio de 2012 - Na última quarta-feira (16 de maio), altos funcionários das Nações Unidas chamaram a atenção do mundo para as ameaças que o crime organizado transnacional e o tráfico de drogas representam na América Central e pediram esforços globais concertados para combater esses flagelos, que segundo eles, está se espalhando para outras regiões.
"Países na América Central enfrentam uma onda de violência, originada do crime organizado transnacional e o tráfico de drogas", disse o presidente da Assembleia Geral, Nassir Abdulazis Al-Nasser, durante a abertura do debate temático da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, sobre "Segurança na América Central como desafios regional e global: como melhorar e implementar a estratégia de segurança da América Central".
O debate teve como objetivo destacar a luta individual e coletiva dos governos da América Central contra o crime organizado transnacional, o foco neste assunto no âmbito das políticas e ações das Nações Unidas, e a importância do apoio e da cooperação da comunidade doadora. Em Junho do ano passado, os chefes de Estado da região adotaram uma estratégia de segurança regional da América Central.
Em seu discurso de abertura, o secretário-geral Ban Ki-moon disse: "Preso entre os países produtores de drogas no Sul e alguns dos maiores países consumidores no Norte, a proximidade tem incentivado a criminalidade na região".
Ban Ki-moon destacou o fato de a América Central ter se tornado na região com as taxas de homicídio mais altas do mundo: 39 homicídios por 100.000 habitantes na Guatemala, 72 por 100.000 habitantes em El Salvador e 86 por 100.000 habitantes em Honduras.
O secretário-geral observou ainda que o problema dos narcóticos não se limita à América Central, destacando que a região é uma "ponte" para a América Norte e que as Américas são, em geral, "um posto de embarque" para a Europa, por meio de rotas de tráfico na África Ocidental e Central.
"Tudo isso reforça a necessidade de ir além de uma abordagem regional. Nosso mundo é interconectado. Nossos desafios são vinculados. Assim, nossas soluções também devem ser" disse o secretário-geral. "Por isso, no ano passado, estabeleci uma força-tarefa sobre o crime organizado transnacional e o tráfico de drogas. Nossa abordagem está baseada no Estado de Direito e no respeito dos direitos humanos".
A força-tarefa foi criada en março de 2011 para incorporar as respostas ao crime organizado transnacional nas atividades das Nações Unidas nas áreas de manutenção e construção da paz, segurança e desenvolvimento, com UNODC e o Departamento de Relações Políticas como presidentes.
Em sua mensagem para o debate temático, o diretor-executivo do UNODC, Yury Fedotov, disse que a natureza multifacetada e interligada das drogas e do crime exige abordagens inter-regionais.
Para ajudar a combater a ameaça das drogas e do crime na América Central, Fedotov anunciou que o UNODC criou um centro regional de ligação no Panamá para América Central e Caribe, que interligará o novo escritório no México e outros países na região.
No nível táctico, Fedotov disse que o UNODC está estabelecendo centros de excelência sobre estatísticas em segurança pública no México e sobre reforma prisional e redução da demanda de drogas na República Dominicana. O Governo da Panamá, com o apoio técnico do UNODC, também criou uma academia regional anticorrupção.
Fedotov anunciou ainda que o UNODC lançará em breve uma avaliação das ameaças na região para aprofundar o conhecimento da situação na América Central e Caribe.
Informação relacionada:
Mensagem do diretor-executivo do UNODC para o debate temático sobre segurança na América Central como um desafio regional e global (em inglês)
Discurso do secretário-geral na abertura do debate temático ( em inglês)