O Crime Transnacional ameaça os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, diz o diretor do UNODC na abertura da 21ª Sessão da Comissão do Crime
24 de abril de 2012 - A 21ª Sessão da Comissão sobre Prevenção ao Crime e Justiça Criminal, foi aberta nesta segunda-feira com participantes de alto nível reconhecendo que o crime organizado transnacional é um dos principais desafios do século 21 e uma ameaça para o desenvolvimento sustentável e o Estado de Direito .
Em uma mensagem do presidente da Assembleia Geral, o Chefe de Gabinete do presidente da Assembleia Geral, Mutlaq Al-Qahtani, observou que as drogas e a criminalidade são um impedimento para o desenvolvimento social e econômico dos países. "Quando combinados, estes crimes geram lucros enormes todos os anos: não na casa dos milhões, não na casa dos bilhões, mas na casa dos trilhões de dólares", disse.
Estas opiniões foram apoiadas pelo presidente do Conselho Económico e Social, Miloš Koterec, que também falou sobre a prevenção da violência contra os migrantes, tema de um debate especial na Comissão do Crime: "O papel crítico desempenhado pelos programas cívicos interculturais destinados a promover coesão comunitária por meio da luta contra o racismo, a xenofobia e reduzindo a exclusão de imigrantes".
Durante seu discurso à comissão, Yury Fedotov, diretor executivo do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) afirmou que, na medida em que a comunidade internacional foi se aproximando de 2015 e fez um balanço dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), houve um crescente reconhecimento de que as ameaças transnacionais são um grande obstáculo para o seu alcance.
Países fracos e frágeis são particularmente vulneráveis aos efeitos do crime organizado transnacional, disse. Estes países, devastados pela guerra ou em transição para a democracia, muitas vezes são debilitados pelo crime. "Como resultado, o crime organizado floresce, os avanços no desenvolvimento são revertidos e as oportunidades para avanços sociais e econômicos são perdidas", avaliou Fedotov.
Para mudar esta situação, Fedotov disse que as atividades contra o crime devem ser incluídas na agenda de desenvolvimento sustentável, bem como em programas de ação para o Estado de Direito, que formam a base para os direitos humanos.
Ele ressaltou que a força do UNODC deriva de sua longa experiência trabalhando com parceiros e países em temas relacionados às drogas, ao crime e ao terrorismo. No entanto, Fedotov também disse que a sólida base para o trabalho do UNODC também veio das Convenções das Nações Unidas sobre drogas, crime e corrupção. "Eu convoco todos os Estados Membro a aderir e implementar estas convenções", disse.
A 21ª Sessão da Comissão sobre Prevenção ao Crime e Justiça Criminal, presidida pela princesa Bajrakitiyabha Mahidol da Tailândia, conta com a participação de cerca de 800 pessoas, 111 Estados e 38 organizações não governamentais. Nesta edição, a Comissão tem como temas principais a violência contra migrantes e trabalhadores migrantes e suas famílias, mas também discute a supervisão do Estado sobre serviços de segurança privada, combate à pirataria marítima e tratamento de prisioneiros, entre outros assuntos.