Comunicado de Imprensa

Práticas de violência contra a mulher que envolvem o casal e relações familiares persistem no Cone Sul

18 de julho de 2011 - Os cinco países do Cone Sul (Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai) têm avançado na luta pela eliminação da violência baseada em género, no entanto, ainda há muito a fazer. Signatários dos principais documentos internacionais que protegem os direitos das mulheres, os cinco países reconhecem, cada vez mais, que a violência nas relações familiares aumenta a exposição e o risco de mulheres e meninas a outras formas de violência, incluindo a exploração sexual, o tráfico de mulheres, o assédio sexual e a feminização da AIDS, no entanto, as práticas de violência contra as mulheres, especialmente aquelas que envolvem as relações entre o casal e a família, persistem na região.

A análise é uma das conclusões do Relatório Regional sobre Respostas à Violência contra a Mulher nos países do Cone Sul quer será apresentado na terça-feira, 19 de julho, em Assunção, no Paraguai, durante o Seminário Internacional  " Respostas à violência de gênero no Cone Sul: Conquistas, Desafios e Experiências Regionais ".

Elaborado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) para  o Brasil e Cone Sul, com o apoio da Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), o relatório apresenta um diagnóstico sobre as formas de atendimento para mulheres vítimas de violência de gênero no Cone Sul. "O relatório regional mostra, por exemplo, que as práticas de violência contra as mulheres no Cone Sul ainda estão amparadas pelo silêncio e pela discriminação, pela  invisibilidade nas estatísticas nacionais, e pela resistência de instituições e profissionais em reconhecer estas práticas de violência como violações aos direitos humanos. Muitas vezes, as agressões relacionadas à violência doméstica de gênero ultrapassam os limites do "lar" apenas quando resultam na morte das mulheres, assassinadas por seus parceiros ou ex-parceiros motivados pela legítima defesa 'da honra '", diz Nívio Nascimento, Coordenador da Unidade de Prevenção do Crime e de Segurança Pública do UNODC para o Brasil e Cone Sul.

"Todos os anos, milhões de mulheres são vítimas de agressão, tortura, intimidação, humilhação e discriminação. Os perpetradores são, mais frequentemente, parceiros ou parentes.  E essa realidade não é diferente no Cone Sul. As mulheres precisam de leis fortes apoiadas por uma implementação eficaz e abrangente. Os países devem investir em serviços de prevenção e proteção à violência baseada no género ", explica Verônica dos Anjos, coordenadora de Enfrentamento à Violência contra a Mulher da ONU MULHERES para o Brasil e Cone Sul.

"Em 2008, durante o lançamento da campanha global, DIGA NÃO - UNA-SE PELO FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, o secretário-geral das Nações Unidas também expressou preocupação sobre a eficácia das leis para erradicar a violência de gênero. No marco desta campanha internacional, está o reconhecimento da importância das leis especiais e  a recomendação de que os governos aprovem leis que cumpram os acordos internacionais de direitos humanos. Recomenda-se também que os governos aprovem orçamentos para a implementação dessas leis e desenvolvam sistemas de monitoramento e avaliação dos resultados.

Além de apresentar e discutir o relatório regional do UNODC  sobre Respostas à Violência contra as Mulheres nos países do Cone Sul, o Seminário Internacional " Respostas a Violência de Gênero no Cone Sul: Avanços, Desafios e Experiências Regionais" procura promover o intercâmbio de experiências, incentivar a cooperação e facilitar a criação de uma rede de intercâmbio de boas práticas entre os atores da comunidade, sociedade civil e instituições governamentais. Dado o contexto regional, também serão abordadas as interligações entre as dinâmicas da violência contra as mulheres e o tráfico de pessoas.

"Este Seminário Internacional é realizado em um momento especial no Paraguai. A secretaria da Mulher da Presidência da República  toma medidas em conjunto com as instituições do Poder Executivo e demais poderes para enfrentar a violência contra as mulheres. Temos muitos avanços, mas ainda há um longo caminho a percorrer, especialmente quando se trata da mudança cultural que buscamos e que é necessária para combater esse tipo de crime. Realmente, este espaço será desde já um bom cenário para compartilhar nossas experiências e desafiar, à nível do Cone Sul, esta problemática", explica a ministra da Secretaria Executiva da Secretaria da Mulher do Paraguai, Gloria Rubin.

Entre os participantes e palestrantes do seminário estão representantes de agências governamentais de Gênero e Segurança Pública de todos os países do Cone Sul, além de representantes do UNODC e da ONU MULHERES e especialistas em questões de gênero e tráfico na região.

O seminário é uma iniciativa do UNODC, com o apoio da Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulheres, ONU MULHERES, e da Secretaria da Mulher do Paraguai.

Evento: Seminário Internacional:  "Respostas à Violencia Basada en Gênero no Cone Sul: Avanços, Desafios e Experiencias Regionais"

Data: 19 e 20 de julho de 2011

Hora: 8h00

Local: Sala Bicameral do Congresso Nacional do Paraguai

14 de Mayo esquina Avenida República - Asunción.

Mais informações:

Andrea Catta Preta:

Assessora de Comunicação - UNODC

+ 595 985540160

+55 61 8118 0910

+55 61 3204 7206

andrea.cattapreta@unodc.org

Isabel Clavelín:

Aasesaora de Comunicação - ONU MULHERES

+55 61 3038 9287

+55 61 9179 9230

isabel.clavelin@unwomen.org

Celeste Molinas:

Diretora de Comunicação - Secretaria da Mulher do Paraguai

+595 021 491176

molinas.celeste@gmail.com

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