O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime se dirige aos Ministros do G8+ sobre o tráfico de cocaína
10 de maio - O tema das drogas ilícitas tomou o centro das atenções esta semana na Conferência Ministerial do G8+ em Paris já que países representantes se encontraram para melhorar seus esforços na luta internacional contra o tráfico transatlântico de cocaína.
Se dirigindo ao G8 e a outros membros na reunião, o chefe antidrogas da ONU, o Diretor Executivo do Escritório das Nações Unidas sobre Droga e Crime (UNODC) comentou sobre o que chamou de "dramática evolução no mercado internacional de cocaína" na última década: Apesar do mercado declinante na América do Norte, o uso de cocaína continua aumentando na Europa. Em 1998, o mercado de cocaína norte-americano era quatro vezes maior que o europeu. Desde então, houve um completo balanceamento no valor de mercado na Europa que é agora estimado em US$ 33 bilhões, quase equivalente aos US$37 bilhões do mercado estadunidense.
Através do foco no tráfico de cocaína, a Conferência Ministerial do G8 é crítica no mundo de hoje. Nos países fonte, áreas de trânsito, e destinos finais, drogas ilícitas continuam sendo um grande perigo para as vidas das pessoas ao redor do mundo. Com a violência relacionada às quadrilhas de drogas, desestabilização social e política, e adicções que afetam não somente as vidas dos usuários, mas também as da família e da comunidade, a situação garante um alto nível de atenção.
Lamentavelmente, enquanto milhões de pessoas são negativamente afetadas todos os dias, os grandes traficantes ganham uma vasta fortuna a troco da miséria dos outros. As estimativas do UNODC dizem que somente em 2009 as vendas globais de cocaína geraram cerca de US$84 bilhões de lucro - uma soma equivalente ou até maior que o PIB de muitos países em desenvolvimento.
Através da diversificação de mercados e do aumento do uso de cocaína na Europa, por meio de novas rotas de distribuição, o mercado de cocaína hoje se transformou em uma ameaça mundial.
No oeste da África, por exemplo, traficantes usam a relativa proximidade da Europa como um lugar de trânsito que tem alimentado o desenvolvimento de crescentes mercados locais - um fenômeno que há poucos anos atrás não era considerado tão preocupante. Na América Central, o tráfico de cocaína tem causado um aumento no nível de violência em alguns países.
Na luta contra este flagelo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime acolheu o respaldo do Plano de Ação e Declaração Política do G8 que reconhece o papel feito pelas convenções internacionais de controle de drogas e a UNODC.
Falando sobre isso, o Sr.Fedotov afirmou que a luta contra o tráfico de drogas de um lado ao outro do Atlântico é uma responsabilidade conjunta que requer esforços unidos e compromisso político de todos os interessados. O Diretor Executivo assinalou a existência de ferramentas para o desenvolvimento de este prático compromisso político incluindo as três Convenções das Nações Unidas sobre drogas de 1961, 1971, 1988, assim como as Convenções das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional e contra a Corrupção. Ao receber o Plano de Ação e Declaração Política, o Sr.Fedotov declarou: "É necessário que os Estados europeus e norte-americanos lutem contra esse problema de uma maneira coordenada e conjunta através de implementação de políticas com foco de reduzir a demanda de cocaína, rastreando o movimento ilícito de drogas e sucessivamente combatendo empreendimentos criminais".