Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime recebe mais de três milhões de dólares da Iniciativa Siemens de Integridade
15 de abril de 2011 - A Siemens AG, conglomerado industrial alemão, concedeu, nesta sexta-feira, US$ 3.05 milhões ao Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), a maior doação já feita pelo setor privado para o escritório. Selecionado por meio da Iniciativa Siemens de Integridade, o UNODC é um dos primeiros a receber financiamento para projetos de combate à corrupção. Os US$ 100 milhões da iniciativa, que faz parte da resolução global do Banco Mundial-Siemens AG, aprovada em 2009, vai financiar três projetos do UNODC em três anos.
O Diretor Executivo do UNODC Yury Fedotov agradeceu Siemens pela doação. "Eu gostaria de ver mais a colaboração com o setor privado em questões de corrupção e crime. Esta é uma meta que o UNODC persegue ativamente. Espero que a iniciativa da Siemens sirva de exemplo para outras empresas", disse Fedotov.
O UNODC como guardião da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção (UNCAC) recebe e agradece as contribuições de todos os parceiros da luta coletiva contra a corrupção. A Convenção apresenta uma forte mensagem de incentivo para que as empresas cooperem com os governos - os seus homólogos na esfera pública, em conformidade com os princípios universais. A Convenção contém uma série de disposições que, embora dirigidas aos Estados, têm um impacto direto nos relatórios sobre corrupção das empresas. Os projetos financiados pela Siemens oferecerão apoio em áreas cruciais da Convenção contra a Corrupção e, inicialmente, serão lançados na Índia e no México.
O projeto de Parceria Público-Privada para Probidade nas Aquisições da Administração Pública visa reduzir a vulnerabilidade à corrupção nos sistemas de compras públicas e suprir as lacunas entre as administrações de contratos públicos e o setor privado. Entre suas atividades, o projeto prevê a criação de um programa de formação conjunta para o pessoal de contratos públicos e privados no sistema de contratação pública em vigor nos dois países.
Outro projeto, chamado Incentivos para a Integridade Empresarial e Cooperação em conformidade com a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção (UNCAC) busca promover a cooperação entre o setor privado e autoridades governamentais, especialmente na aplicação da lei nos dois países. O projeto como objetivo criar sistemas de incentivos legais para as empresas, estimulando o setor privado a comunicar os incidentes de corrupção interna. Um dos seus objetivos será o de mostrar como os governos podem incentivar e premiar as empresas que denunciam a corrupção.
Finalmente, o Programa de Divulgação e Comunicação visa familiarizar as empresas com a Convenção, para que elas entendam como isso pode fazer a diferença no trabalho diário e nas relações com contrapartes públicas, e incentivar a comunidade empresarial a alinhar seus programas de integridade com os princípios universais da Convenção.
O rápido desenvolvimento das regras de governança corporativa ao redor do mundo está levando as empresas a se concentrarem nas medidas anticorrupção como parte de seus mecanismos para proteger sua reputação e os interesses dos seus acionistas. Controles internos e avaliações estão cada vez abrangentes incluindo uma série de questões éticas e de integridade.
A corrupção custa caro para as empresas. O Banco Mundial estima que a corrupção se tornou uma indústria de US$1 trilhão. "O impacto sobre o setor privado também é grande - ela impede o crescimento econômico, distorce a concorrência e representa sérios riscos legais", disse Fedotov. A comunidade empresarial é uma das principais vítimas da corrupção no setor público, mas também pode ser um agente poderoso de mudança. "Agora, mais do que nunca, é hora do setor privado ser proativo", afirmou Fedotov.