Chile e UNODC juntos no combate à violência de gênero
12 de abril de 2011 - Representantes do Governo do Chile, de organizações da sociedade civil, do Centro de Estudos em Segurança Cidadã da Universidade do Chile (CESC) e do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime se reuniram, nesta terça-feira, 12, durante a Mesa Interinstitucional de Serviços de Atenção a Vítimas da Violência de Gênero. O encontro faz parte do Programa do UNODC de Fortalecimento das Delegacias da Mulher e da Sociedade Civil para Combater a Violência de Gênero na Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai.
O objetivo é que até o final de julho deste ano, os agentes de segurança pública do Chile contem com um manual de treinamento e capacitação para atender as vítimas da violência de gênero no país.
Para elaborar o manual será feito um diagnóstico completo sobre o fluxo dos serviços de atenção às vítimas da violência de gênero no Chile. O diagnóstico, por sua vez vai fazer parte de uma série de estudos elaborados nos países do Cone Sul, com vistas a ter um panorama mais aproximado da realidade da violência de gênero na região e facilitar o processo de cooperação para a elaboração de programas que lidam com a violência baseada em gênero.
Apesar dos avanços importantes nos últimos 20 anos, com a promulgação de legislação sobre os direitos e a proteção legal das mulheres e crianças, Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai ainda registram altas taxas de crimes e violência contra as mulheres, incluindo o estupro. Em todos esses países, a violência de gênero tende a ser subnotificada. A vergonha, o estigma e o medo, frequentemente, fazem com que as vítimas deixem de registrar queixas formas.
O projeto de Fortalecimento das Delegacias da Mulher e da sociedade civil conta com o apoio da Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres) e tem como objetivos melhorar a capacidade dos países de oferecer apoio às vítimas da violência de gênero por meio da promoção do conhecimento e da consciência entre funcionários do governo e a sociedade civil sobre questões relacionadas à violência contra a mulher.
A violência e gênero é uma violação de direitos humanos que afeta diretamente um terço das mulheres em todo o mundo e indiretamente atinge a todos. Cada ano, milhões de mulheres são vítimas de surras, estupros, tortura, intimidação, humilhação e discriminação, tanto por parte de desconhecidos quanto, ainda mais frequentemente, pelos próprios parceiros ou parentes.
A violência contra a mulher independe de raça, religião, renda, classe, cultura ou idade. Não é limitada a um determinado sistema político ou econômico, mas permeia todas as sociedades no mundo, a tal ponto que milhões de mulheres consideram a violência como um modo de vida, ainda que se trate de uma evidente violação dos direitos humanos.