Jovens brasileiros são foco da 1º parceria do UNODC e iniciativa privada
Ser jovem no Brasil é viver em risco. De cada 100 mil jovens brasileiros entre 15 e 24 anos de idade, 43 morrem vítimas de acidentes, crimes ou suicídio provocado por arma de fogo. Os dados são da pesquisa "Mapa da Violência", realizada em 65 países pela Organização dos Estados Ibero-americanos.
Dispostos a reduzir a vulnerabilidade desse público à violência, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e o Grupo CAIXA SEGUROS assinam nesta terça-feira, em Brasília, convênio para disseminar as tecnologias sociais e ampliar o alcance do programa Jovem de Expressão - investimento social privado que busca promover a saúde dos jovens de 18 a 29 anos, por meio da redução da mortalidade por causas violentas. Esta é a primeira vez que o UNODC firma parceria com uma instituição privada no Brasil.
"Nas comunidades onde o projeto-piloto foi implementado (Sobradinho II e Ceilândia, ambas no Distrito Federal), os resultados atingidos foram muito positivos na promoção da saúde e na redução dos fatores de vulnerabilidade dos jovens à violência. Essas duas áreas são prioritárias para o trabalho do UNODC no Brasil e nos países do Cone Sul.
O programa Jovem de Expressão foi criado em 2007 pelo Grupo CAIXA SEGUROS, que elegeu o jovem como público prioritário de seus projetos de investimento social privado. "Acreditamos que, se devidamente assistidos e apoiados em seu processo de formação, os jovens têm potencial para contribuir ativamente para o crescimento do Brasil", explica o presidente da empresa, Thierry Claudon.
O convênio estipula que a seguradora investirá US$ 1.227.180 no Jovem de Expressão até 2012. Já o UNODC fará a gestão do programa, introduzindo temas de prevenção ao uso de drogas e acesso à Justiça, fomentando intercâmbios da metodologia. O objetivo final é transformar o modelo de intervenção adotado em uma política pública.
Durante os dois primeiros anos do projeto (2007 a 2009), o "Jovem de Expressão" atendeu mais de 300 jovens de comunidades vulneráveis do Distrito Federal. O impacto social do programa foi comprovado, em 2009, por uma pesquisa de avaliação científica que verificou os conhecimentos, as atitudes e as práticas dos jovens participantes do projeto em dois momentos: antes de ingressarem nas oficinas e depois de um ano de participação.
O estudo revelou que, após esse período, esses jovens passaram a adotar comportamentos mais seguros, reagindo menos a provocações e adotando uma postura cada vez mais empreendedora - o que os tornou menos vulneráveis à violência.