Famílias do Laos conseguem sair da pobreza e do vício ao ópio
6 de janeiro de 2010 - Chanthone Soutvatdi tem 45 anos, é casada e tem três filhos. Ela é também a chefe do grupo de poupança e crédito da aldeia Nasala, na província Houaphan, no Laos. Chanthone tece e vende saias do Laos, atividade da qual consegue obter um lucro de 2,3 milhões de quipes (equivalente a US$ 270) durante um período de um mês e meio.
Chanthone é o chefe do grupo de poupança e crédito desde 2002. O grupo foi iniciado com o apoio do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), que contribuiu com parte dos fundos iniciais. Nos últimos sete anos, o número de membros do grupo mais do que quadruplicou e os empréstimos cresceram de uma base inicial de 50 milhões de quipes (US$ 5.900) para quase 200 milhões de quipes (US$ 23.600), 31 milhões dos quais (US$ 3.650) são provenientes de juros pagos pelos integrantes do grupo. Eles receberam empréstimos para iniciar e operar empresas de tecelagem, criação de gado e comércios. A alta demanda de mercado para esses produtos de boa qualidade, tanto no país quanto no exterior, tem assegurado aos moradores um mercado estável. Por isso, recentemente, a aldeia Nasala foi declarada livre da pobreza, de acordo com os critérios da província Houaphan.
Manivanh, outra beneficiária, vem da aldeia vizinha a Houaisat. Os pais dela cultivavam a papoula, da qual dependiam para alimentar a família. Manivanh e o marido dela decidiram iniciar atividades produtivas alternativas ao cultivo da papoula. Hoje também tecem e vendem saias do Laos, além de criar porcos e galinhas. Em 2008, a família conseguir faturar 8 milhões de quipes (US$ 950) com essas atividades.
"As receitas provenientes dessas três fontes ajudaram a minha família a sair da pobreza", explica Manivanh. "Hoje tenho mais dinheiro do que no passado e agora posso comprar as coisas de que a minha família precisa." A família de é vista como um modelo na aldeia - suas atividades representam uma fonte de renda estável, melhorando significativamente os padrões de vida de sua família.
Manivanh espera aprender mais sobre a alimentação de animais e, assim, prevenir a perda de cabeças devido a doenças. Ela também quer produzir ração para animais, utilizando recursos locais. Em janeiro do ano passado, a aldeia de Manivanh alcançou o status de uma "aldeia de cultura" por parte da província de Houaphan. Essa conquista se deu por causa de sua forte liderança, acesso confiável ao mercado e uma boa cooperação entre os aldeões.
O projeto de desenvolvimento alternativo do UNODC na província Houaphan foi concebido a fim de ajudar as comunidades locais a combater a pobreza, por meio de soluções endógenas e de protagonismo local, como parte dos esforços globais para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. O projeto, que vai de 2007 a 2010, fornece assistência às comunidades produtoras de ópio para a promoção de meios de vida alternativos, organização de grupos comunitários, redução da demanda de drogas, criação de grupos de poupança e crédito e a melhoria da infraestrutura da comunidade.
O projeto é coordenado em conjunto com o Banco Asiático de Desenvolvimento, que está ajudando a melhorar a infraestrutura básica da comunidade - o que contribui para o cumprimento dos objetivos da Estratégia Nacional de Crescimento e de Erradicação da Pobreza entre as vilas do Laos.
Além desses dois casos, o UNODC também supervisionou no Laos o tratamento e a reabilitação de 80 usuários de ópio. Também estabeleceu 31 comitês de desenvolvimento em aldeias, que contam com mais de 120 membros; estabeleceu 15 grupos de poupança e crédito, com quase 700 membros e que reúnem 80 milhões de quipes (US$ 9.500) em poupança; e patrocinou quatro instalações de criação de suínos. O projeto é financiado pelos governos de Luxemburgo e dos Estados Unidos da América.