Polícia Federal do Brasil treina mais 20 policiais da Guiné-Bissau
18 de dezembro de 2009 - Vinte oficiais da Polícia Judiciária de Guiné-Bissau concluíram nesta sexta-feira (18) um curso de formação na Academia Nacional de Polícia, em Brasília. Eles integraram o quarto exercício de Formação de Policiais Estrangeiros no Brasil, com duração de dois meses. O curso faz parte do contexto de cooperação sul-sul entre o Brasil e os países africanos de língua portuguesa, realizado pelo Estado brasileiro, por meio do Departamento de Polícia Federal (DPF) e da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), em parceria com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).
A oradora da turma, Quinta Djedjú, que terminou o curso na primeira colocação, destacou a importância desse processo de formação para a futura atuação desses novos policiais em Guiné-Bissau. "Aprendemos que ser um policial não é apenas estar ao lado do povo, mas proteger o povo, se necessário, com a própria vida", disse a jovem policial.
Para o diretor da Academia Nacional de Polícia, Anísio Soares Vieira, o curso busca oferecer conhecimentos que são transversais a todas as polícias do mundo. "São valores institucionais e éticos que esses alunos levarão como impressão da Polícia Federal brasileira", afirmou.
Segundo o diretor-executivo da Polícia Federal, Luiz Pontel de Souza, o curso faz parte da estratégia de tornar a Polícia Federal brasileira uma referência mundial. E compartilhou com os presentes a satisfação de o Brasil ter sido eleito esta semana para presidir a Ameripol pelos próximos dois anos.
Márcio Corrêa, coordenador-geral de Cooperação Técnica Recebida Multilateral da ABC, destacou a assinatura de um projeto de cooperação para a construção de uma academia de polícia em Guiné-Bissau. "Por meio da cooperação, estamos buscando viabilizar o desenvolvimento da capacidade dos países parceiros de traçar seu caminho de forma autônoma", disse Corrêa.
O representante do UNODC na cerimônia, Daniel Graziani, disse que o crime organizado atua em diversas frentes: tráfico de drogas, tráfico de pessoas, tráfico de armas, lavagem de dinheiro, corrupção, entre outros temas do mandato do UNODC. "A globalização, com o crescente fluxo de pessoas, dinheiro e informação, abriu ainda mais espaço para o crime organizado, que não respeita fronteiras", disse. "Por isso, é preciso enfrentar o crime no âmbito local e no âmbito global, sendo a cooperação internacional imprescindível", concluiu.