Valor de exportação do ópio afegão está diminuindo
Viena, 17 de dezembro de 2009 O valor bruto potencial de exportação de opiáceos do Afeganistão caiu 18%, de US$ 3,4 bilhões em 2008 para US$ 2,8 bilhões em 2009 - o equivalente a cerca de um quarto do produto interno bruto (PIB) do país. Essa é a principal conclusão do Mapeamento do Ópio no Afeganistão 2009, publicado nesta quinta-feira (17) pelo UNODC. O declínio pode ser atribuído a uma queda no cultivo, na produção e nos preços - e também a um PIB do país relativamente mais alto.
No mapeamento, o UNODC confirmou que as forças de mercado se movem contra o comércio de drogas no Afeganistão, à medida que receitas menores e o excesso de produção abafaram a oferta. Como já havia sido relatado em setembro, com a publicação das Conclusões Resumidas do mapeamento, o cultivo da papoula no Afeganistão caiu 22% e a produção caiu 10% (para 6.900 toneladas) em 2009. O número de pessoas envolvidas com o cultivo da papoula de ópio (1,6 milhões) diminuiu em um terço, e o número de províncias livres da papoula subiu de 18 para 20.
As informações do Mapeamento do Ópio no Afeganistão 2009 são mais detalhadas que as que haviam sido publicadas nas Conclusões Resumidas. O novo documento inclui dados novos como, por exemplo, sobre preços de heroína e das operações antinarcóticos. O novo mapeamento contém ainda informações sobre a metodologia utilizada, explicando como os dados e as informações foram obtidos.
"Forças militares e de mercado estão reduzindo o impacto do ópio na economia do Afeganistão", afirmou o diretor-executivo do UNODC, Antonio Maria Costa. "Peço ao presidente Karzai que faça da integridade uma prioridade tão alta como a segurança - não se pode ter uma sem a outra."
"Flutuações anuais do cultivo e da produção do ópio não contam toda a história", disse o diretor-executivo do UNODC. "Espero que a nova Estratégia Nacional de Controle de Drogas do Afeganistão, ainda em fase de preparação, reafirme que o sucesso venha quando os fazendeiros do Afeganistão tiverem formas lícitas de sustento, quando traficantes não mais operem com impunidade, e quando as pessoas não precisem mais pagar subornos para obter serviços básicos. Uma sociedade devastada pelas drogas, pela insurgência e pela corrupção é insustentável".