UNODC premia Gilson Dipp e Maurício de Sousa por sua contribuição no combate e na prevenção à corrupção
9 de dezembro de 2009 - Durante a celebração do Dia Internacional contra a Corrupção, o ministro Gilson Dipp, corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e o cartunista Maurício de Sousa receberam um prêmio do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) por sua significativa contribuição no combate e na prevenção à corrupção. O prêmio foi entregue durante um evento realizado em conjunto com a Controladoria-Geral da União, no qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que enviará ao Congresso Nacional um projeto de lei que torna a corrupção um crime hediondo.
Em seu pronunciamento, o presidente Lula disse que as frequentes manchetes na imprensa com escândalos de corrupção são uma prova de que os sistemas de controle estão funcionando. "Ainda vai sair muita manchete com casos de corrupção. Prefiro que saiam muitas manchetes, do que não saia nada, e a gente esteja sendo roubado sem saber." Para justificar a proposta de transformar a corrupção em crime hediondo, Lula citou duas situações que considera injustas: "Por que um cara que rouba um pãozinho vai preso, e um cara que rouba R$ 1 bilhão não vai preso? Se o cidadão mata uma paca, é crime inafiançável, mas se o cidadão rouba dinheiro que dá para comprar um milhão de pacas, o crime não é inafiançável." O evento contou também com a palestra do cientista político.
O evento contou também com a palestra do cientista político e consultor da ONU Stuart Gilman, coordenador da StAR Initiative, projeto conjunto do UNODC e do Banco Mundial para a recuperação de ativos. Gilman disse que a corrupção precisa ser tratada como um crime especial, pois ela representa uma forte violência contra instituições e pessoas. "No final das contas, o dinheiro da corrupção vem de algum lugar: vem de construções mal feitas, de livros didáticos que desapareceram das escolas e de remédios que não foram distribuídos", disse Gilman. "Temos sempre a tendência de olhar para o dinheiro, quando o que está por trás desse dinheiro é que me assusta", completou. "Por isso a corrupção deve ser tratada como um dos piores crimes, em qualquer lugar do mundo. Há poucos crimes com tanto impacto, sobre tantas pessoas, como a corrupção", finalizou o consultor da ONU.
Para o representante do UNODC para o Brasil e o Cone Sul, Bo Mathiasen, o dinheiro que se perde com a corrupção poderia ser usado para melhorar a vida das pessoas. "Quem mais sofre com a corrupção são as pessoas mais pobres e mais vulneráveis", disse. Como possível solução para combater esse problema, Mathiasen disse que é preciso diminuir a impunidade. "Não podemos permitir que os corruptos sintam que há um ambiente favorável para a corrupção. Em outras palavras, e sendo bem direto, é preciso punir os corruptos", afirmou. "Ao mesmo tempo, precisamos desenvolver ferramentas que ampliem a transparência do setor público e estimulem a participação e o controle por parte da sociedade, nos três poderes e em todas as esferas de governo", finalizou o representante do UNODC.
Na cerimônia também foram premiados os vencedores do Concurso do Minuto da CGU, promovido com o apoio do UNODC. Os vídeos mostram de forma criativa e bem-humorada como a sociedade pode se envolver na luta contra a corrupção
(veja a lista completa dos vencedores).
O representante do UNODC no Brasil e no Cone Sul anunciou também o lançamento da campanha global do UNODC "
Cada NÂO conta", que tem como objetivo estimular os cidadãos a chamar para si a responsabilidade de dizer não à corrupção.
Leia a mensagem do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pelo Dia Internacional contra a Corrupção.