Tráfico de seres humanos impulsiona violência contra a mulher
25 de novembro de 2009 - Enquanto o mundo marca o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, o UNODC chama a atenção para o modo como o tráfico de seres humanos impulsiona a violência contra as mulheres. No Relatório Global sobre o Tráfico de Pessoas, o UNODC mostra que dois terços das vítimas identificadas do tráfico são mulheres.
Em mensagem por ocasião desse dia, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, enfatizou que todo crime contra a mulher, seja estupro, violência doméstica, mutilação genital ou tráfico para exploração sexual, é injustificável e deve ser combatido.
O tráfico de seres humanos é, de fato, uma das piores formas de violência contra as mulheres e meninas. Os traficantes muitas vezes usam a violência par intimidar e subjugar as vítimas. Uma vez recrutadas, as mulheres normalmente se encontram em situações com liberdades severamente reduzidas. Muitas vezes, sofrem abuso mental e físico extremo, inclusive por meio do estupro, aprisionamento, abortos forçados e brutalidade física nas mãos dos chamados "donos". As vítimas se tornam isoladas, perdem laços familiares e com suas vidas pregressas.
Com uma melhor compreensão sobre o porquê de as mulheres, em particular, serem susceptíveis ao tráfico e sobre como os traficantes operam, além de providenciar a assistência técnica e legal necessária para assegurar a instalação de contramedidas eficientes, esse crime pode ser enfrentado.
A violência contra a mulher não diz respeito somente às mulheres, é pertinente a todos. E o trabalho para combatê-la deve ser feito por todos. Mulheres no mundo todo são o elo das famílias, das comunidades e das nações. Eliminando a discriminação e violência de gênero, mulheres e meninas terão mais dignidade e poderão exercer seus direitos humanos. Além disso, isso contribuirá para a prevenção do tráfico de pessoas.
Tratar de temas relacionados ao tráfico de seres humanos diz respeito a muitas questões de fundamental importância. Significa debater direitos humanos, paz e segurança, desenvolvimento e saúde familiar. No significado mais básico, diz respeito também a preservar o tecido social. Todos temos um papel importante a desempenhar, seja na sensibilização, na construção de parcerias, no acesso a informação, na proteção de vítimas ou processando criminosos.
Em 2008, o Secretário-Geral Ban Ki-moon lançou a campanha UNiTE - União para o Fim à Violência contra a Mulher -, cujo objetivo é eliminar a violência contra mulheres e meninas em todas as partes do mundo. A campanha propõe a união das forças dos governos, da sociedade civil, das organizações femininas, dos jovens, do setor privado, da mídia e de todo o sistema das Nações Unidas para tratar da pandemia que é a violência contra mulheres e meninas.
Esse ano, como parte da campanha UNiTE, o Secretário-Geral iniciou a Rede UNiTE de Homens Líderes para por Fim à Violência contra as Mulheres. A rede é composta por homens - jovens e idosos - que se comprometeram a trabalhar para por fim à violência contra mulheres e meninas. Esses homens somarão suas vozes ao crescente coro por ação, e cada um se comprometeu a tomar medidas concretas em sua comunidade para influenciar e criar parcerias com mulheres para acabar com essa violência.
Acesse:
Mensagem do Secretário-Geral pelo Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher (em inglês)
Campanha UNiTE (em inglês)