UNODC e Polícia Federal ampliam parceria no combate ao crime organizado transnacional
20 de agosto de 2009 - O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e o Departamento de Polícia Federal (DPF) do Brasil estão unindo esforços no intuito de ampliar a capacidade de enfrentamento ao crime organizado. Por meio de um projeto de cooperação técnica, as duas instituições realizam ações de capacitação de agentes, investimentos em tecnologia e em gerenciamento de redes de informações.
Essas ações possibilitam um reforço principalmente no combate aos crimes com conexões interestaduais ou internacionais, tais como roubo de cargas e veículos, crimes financeiros, tráfico de armas, de drogas e de produtos químicos usados na produção de entorpecentes.
Com o objetivo de estreitar ainda mais a parceria entre as duas instituições, o representante do UNODC para o Brasil e o Cone Sul, Bo Mathiasen, se reuniu com o Diretor Técnico Científico da DPF, Paulo Roberto Fagundes, e com o perito Adriano Maldaner, Coordenador do "Projeto PeQui", que analisa do perfil químico das drogas.
O Projeto PeQui é uma das ações realizadas pela Polícia Federal com o apoio do UNODC. A iniciativa permite à Polícia Federal traçar o perfil químico das drogas apreendidas em todo o país, estabelecendo características como a origem da droga, os produtos utilizados para a sua fabricação, as condições de transporte no tráfico e a pureza de cada amostra.
Esses dados são combinados com os resultados das investigações e servem para estabelecer conexões entre quadrilhas e fornecedores, traçar as rotas do tráfico e identificar quais são os produtos que devem ser prioridade de controle em cada região do país. Além de auxiliar nas investigações, posteriormente, a análise química também serve como prova científica no âmbito judicial. "As drogas possuem uma espécie de assinatura química, cuja análise pode contribuir tanto para a investigação, com a obtenção de provas, quanto para a inteligência, com a identificação de redes de distribuição", explica Maldaner. "Também as ações de prevenção e de atendimento podem usar os dados dessa análise como orientação", completa.
Na avaliação do representante do UNODC, a ampliação do Projeto PeQui representa um avanço concreto de resposta do Departamento de Polícia Federal ao crime organizado transnacional.