UNODC e Interpol encontram provas de laboratórios clandestinos de drogas na África Ocidental
7 de agosto de 2009 - A pedido das autoridades da Guiné, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e a Interpol realizaram uma missão para investigar as grandes quantidades de produtos químicos apreendidas no último dia 15 de julho pelas forças armadas do país, em vários locais da capital Conacri. O grupo de peritos atuou em consulta com o representante especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para a África Ocidental, Said Djinnit.
Os especialistas confirmaram que a quantidade e a natureza das substâncias químicas encontradas nos locais visitados são muito superiores às demandas da Guiné e que algumas dessas substâncias são precursores químicos de drogas, como o ecstasy (MDMA) e também de solventes comumente utilizados no processamento da cocaína e da heroína. Além disso, reatores de alta pressão e óleo de sassafrás - utilizados na fabricação de ecstasy - foram encontrados em pelo menos duas localidades.
O governo da Guiné, a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Interpol estão preocupados com a possibilidade de a produção ilegal de drogas ter avançado no país. Pela primeira vez no Oeste da África, a ONU forneceu evidências da existência de laboratórios clandestinos em atividade. Vários envolvidos foram presos pelos agentes da Guiné.
Enquanto o governo solicitou, inicialmente, um inquérito sobre dois endereços suspeitos, um total de seis locais contendo produtos químicos foram visitados pelos peritos. Entre eles, havia um laboratório para a produção de antibióticos falsificados. A proximidade desses produtores com a população local representa um perigo para a saúde.
A ONU, a Interpol e a comunidade internacional estão empenhadas em uma consultoria com o governo da Guiné, a fim de auxiliar na eliminação dessas substâncias perigosas. A missão UNODC-Interpol recomenda que, no caso de pendência do processo de eliminação, o governo deverá manter os locais de apreensão seguros, evitando o contacto direto da população com o produto químico.