Encontro na Nicarágua reforça resposta à droga e à criminalidade na América Central
2 de julho de 2009 - A América Central está localizada em meio ao fogo cruzado entre os maiores fornecedores mundiais de coca do mundo - os países andinos - e o maior consumidor de cocaína (América do Norte). O crime organizado, a violência e a corrupção provenientes do tráfico de drogas representam uma ameaça para a segurança e acentuam a vulnerabilidade da região.
No último dia 24 de junho, data que coincidiu com o lançamento do Relatório Mundial sobre Drogas 2009, um encontro de ministros dos sete países da América Central, da República Dominicana e do México, em Manágua, capital da Nicarágua, resultou em um acordo político e em um programa regional para combater a criminalidade, as drogas ilícitas e o terrorismo na região. O encontro complementou uma reunião semelhante, ocorrida em Santo Domingo, em março deste ano. Na ocasião, também foram tomadas medidas em relação aos mesmos problemas no Caribe.
Na declaração política firmada, ministros de Belize, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Panamá, República Dominicana e México assumiram um "forte compromisso na luta contra o tráfico de drogas, o crime organizado, o terrorismo e seu financiamento", com votos para "continuar a travar uma luta eficaz contra os males que ameaçam o desenvolvimento de nosso povo".
Eles enfatizaram também a necessidade de reforçar a segurança nas fronteiras, prevenir e controlar o crime organizado, especialmente o tráfico de drogas e de armas, além de melhorar a prevenção e o tratamento do uso de entorpecentes. Os ministros também manifestaram apoio a um "mecanismo de Manágua", a fim de complementar o Pacto de Santo Domingo, que se destina a coordenar a prestação de assistência técnica.
Houve também um amplo apoio à criação de "centros de excelência" para reunir e difundir conhecimentos em diferentes temáticas relacionadas ao foco do evento. Estão previstos centros para El Salvador (prevenção da criminalidade urbana), Panamá (segurança marítima), República Dominicana (redução do consumo de drogas e reforma prisional) e Guatemala (crime organizado e capacidades jurídicas).
"Este encontro ministerial é um forte sinal político em favor de uma abordagem regional para combater uma ameaça transnacional", afirmou o vice-diretor executivo e diretor de Operações do Escritório das Nações Unidas (UNODC), Francis Maertens. Ele destacou a boa relação que o UNODC mantém com parceiros como o Sistema de Integração Centro-Americana (SICA), a Organização dos Estados Americanos (OEA), a Secretaria-Geral Ibero-Americana (SEGIB), a Comissão Europeia e a Interpol, além do apoio de doadores no enfrentamento da questão.
"Agora o desafio é passar para uma fase operacional", disse Maertens. "Com o apoio dos doadores e uma boa cooperação entre os nossos parceiros, pretendemos aumentar o nosso empenho para ajudar os países da região no controle das drogas e da criminalidade". O representante regional do UNODC para o México, América Central e Caribe, José Manuel Martínez, ressaltou que "este evento regional proporciona uma grande oportunidade para os Estados da América Central e México apresentarem as suas prioridades nacionais em matéria de reforço das leis e da luta contra o crime organizado e o tráfico de drogas".
Acesse a Declaração Política sobre o tráfico de drogas, crime organizado transnacional e o terrorismo como desafios de segurança e desenvolvimento na América Central (em espanhol)