Cobertura global do Relatório Mundial sobre Drogas 2009
25 de junho de 2009 - O Relatório Mundial sobre Drogas 2009, lançado nesta quarta-feira (24), recebeu cobertura global e despertou interesse em todo o mundo. O Relatório foi lançado pelo Diretor Executivo do UNODC, Antonio Maria Costa, e pelo recém indicado diretor do Gabinete de Política Nacional de Fiscalização das drogas (ONDCP) dos Estados Unidos, Gil Kerlikowske, no Clube de Imprensa Nacional em Washington. No Brasil, o Relatório foi apresentado pelo representante regional do UNODC para o Brasil e o Cone Sul, Bo Mathiasen, e pelo Secretário Nacional de Políticas sobre Drogas, General Paulo Roberto Uchôa.
Grandes canais de imprensa internacionais, incluindo sindicatos de notícias, jornais, mídia online e canais de televisão cobriram o lançamento e colocaram no ar programas e artigos de notícias sobre as descobertas essenciais contidas no relatório. Dentre eles: CNN, BBC, AFP, The Guardian, El Mundo (Espanha), Gulf Daily (EAU), CTV Online (Canadá), Zee News (Índia). No Brasil, houve cobertura por parte todos os principais veículos.
Pela primeira vez, o UNODC apresentou o Relatório Mundial sobre Drogas em diversos formatos de mídia para atender a seus diversos públicos. O
hotsite dedicado ao relatório disponibilizou uma transmissão ao vivo do lançamento em Washington, incluindo uma sessão de perguntas e respostas dos jornalistas internacionais presentes. O site também reúne podcasts de áudio e vídeo com especialistas discutindo os diferentes assuntos apresentados no relatório. A página disponibiliza o sumário executivo do relatório e o press release que já foi traduzido para seis idiomas oficiais da ONU. Além da cópia impressa tradicional, o hot site disponibilizou, pela primeira vez, o relatório 2009 usando o flash.
No Brasil, além do relatório completo em inglês, o UNODC disponibilizou o sumário executivo em espanhol e em português, a mensagem do Secretário-Geral Ban Ki-Moom, além de um documento reunindo todas as menções ao relatório ao Brasil e aos países do cone Sul.
Leitores e seguidores online do UNODC têm mandado inúmeras mensagens via
Twitter em diversos idiomas, comentando sobre o Relatório Mundial sobre Drogas e compartilhando suas interpretações do que os dados e análises representam para seus respectivos países.
O Relatório deste ano demonstra que os mercados globais de cocaína, opiáceos e maconha estão estáveis ou em declínio, enquanto teme-se que a produção e o consumo de drogas sintéticas estejam aumentando nos países em desenvolvimento.
Em termos de consumo, os maiores mercados mundiais de maconha (América do Norte, Oceania, e Europa Oriental), cocaína (América do Norte e algumas partes da Europa Oriental) e opiáceos (Sudeste Asiático e a Europa Oriental) estão estáveis ou em decadência, já os dados de países em desenvolvimento são menos claros.
Em seu discurso de lançamento, Costa relatou que as informações sobre drogas sintéticas - anfetaminas, metanfetaminas e ecstasy - se misturam. O consumo em países desenvolvidos diminuiu. Já no mundo em desenvolvimento, teme-se que a produção e o consumo estejam crescendo, apesar de os dados serem limitados.
O diretor do UNODC ressaltou as mudanças no mercado de cocaína. "Níveis de pureza e apreensões (nos principais mercados consumidores) caíram, os preços estão altos, e os padrões de consumo estão em constante mudança. Isto deve ajudar a explicar a terrível onda de violência observada em países como o México. Na América Central os cartéis lutam por um mercado que está encolhendo," disse ele. "O policiamento tem feito maravilhas em termos de apreensão de cocaína - por isso, faço a eles a minha homenagem", afirmou Costa.
Uma diminuição das apreensões parece indicar fluxos menores de cocaína na África, após cinco anos de rápido crescimento. "Os esforços internacionais estão dando resultado," disse Costa. "Ainda que a violência e a instabilidade política relacionadas às drogas continuem, especialmente em Guiné-Bissau", concluiu.
O Relatório dá atenção especial ao impacto do crime relacionado às drogas, e no que se deveria fazer a respeito. Na coletiva de imprensa, Kerlikowske ressaltou a importância de "romper o ciclo de dependência e do crime". "Devemos nos afastar de uma retórica de 'guerra contra as drogas' divisora".
A questão da legalização das drogas recebeu uma atenção considerável por parte da imprensa, tanto na elaboração quanto no lançamento do Relatório Mundial sobre Drogas. Costa alertou que o ato de legalizar as drogas como forma de remover a ameaça que o crime organizado representa seria "um erro histórico". "As drogas representam um perigo à saúde. Por isso são e devem continuar sendo combatidas," afirmou o diretor do UNODC no Prefácio do Relatório. Ele disse que as sociedades não devem ter de escolher entre proteger a saúde pública ou garantir a segurança pública: elas podem e devem escolher ambos. "Legalizar não está no vocabulário do Presidente Obama, e nem no meu", disse Kerlikowske à imprensa.