Brasil e Suriname debatem migração feminina em Belém


08 de maio de 2009 - A migração feminina do Brasil para Suriname é o tema do encontro bi-nacional "Diálogos sobre a atenção à Migração Feminina entre o Brasil e o Suriname", que acontece de 14 a 15 de maio, no hotel Beira Rio, em Belém.

O intenso fluxo de mulheres, principalmente as paraenses, que migram do Brasil para o Suriname, foi o motivador da realização do evento, uma vez que, em muitos casos, essa migração leva a situações de vulnerabilidade e de demanda por serviços e proteção. Nesse sentido, é fundamental que haja maior articulação entre os dois países.

Os participantes vão elaborar propostas de atuação e cooperação entre os vários organismos e instâncias no Brasil e Suriname para promover ações integradas de atenção à migração feminina. No final do encontro, será elaborado um documento final com recomendações propostas para a atuação nos dois países, no que se refere à atenção às mulheres migrantes, à responsabilização dos autores de crimes relacionados à migração e a ações de prevenção ao tráfico de pessoas.

Durante os últimos oito meses, o evento foi preparado por um comitê de organizações da sociedade civil e dos governos federal e estadual, que inclui a Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos, o Ministério Público Federal do Pará e as ONGs Sociedade de Defesa dos Direitos Sexuais na Amazônia (Sodireitos), Sociedade de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH) e Grupo de Mulheres Brasileiras (GMB).

Representantes de vários ministérios e secretarias, além de organizações da sociedade civil brasileira já confirmaram sua participação, como também 11 organizações surinamesas, entre ministérios e secretarias governamentais.

É a primeira vez que se realiza um diálogo entre segmentos tão diversos dos dois países, buscando formas de atuar em conjunto para pensar estratégias e metodologias de atenção e abordagem das mulheres brasileiras. Elas, que muitas vezes precisam sustentar suas famílias no Brasil, encontram dificuldades quando precisam de proteção e de apoio no seu cotidiano, tanto no Brasil quanto no Suriname.

A estratégia de estreitamento entre as organizações do Brasil e do Suriname foi uma das recomendações da Pesquisa Tri-nacional "Tráfico de Mulheres do Brasil e República Dominicana para o Suriname", lançada em maio do ano passado pela ONG Sodireitos, integrante da rede Aliança Global Contra Tráfico de Mulheres (Gaatw, na sigla em inglês).

"Num mundo cada vez mais globalizado a garantia dos direitos humanos das mulheres migrantes precisam se globalizar também, pois são elas que acabam ser mais vulnerabilizadas e exploradas na nova ordem mundial de divisão de trabalho" afirma Danielle Figueiredo, integrante da Sodireitos.

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