HIV e Hepatites B e C
A saúde nas prisões é saúde pública
Praticamente todas as pessoas em situação de prisão vão regressar às suas comunidades,
muitas delas dentro de alguns meses ou um ano. A saúde nas prisões e em outros contextos fechados está, assim, estreitamente ligada à saúde da sociedade em geral, especialmente no que se refere às doenças transmissíveis.
As pessoas nas prisões têm múltiplas vulnerabilidades ao HIV, tuberculose, hepatite e outras infecções.
Em nível mundial, as prisões caracterizam-se por uma prevalência relativamente elevada do HIV, dos vírus da hepatite B e C e da tuberculose, bem como por riscos elevados de contração dessas doenças e pela diminuição do acesso aos serviços de saúde.
A transmissão do HIV nas prisões ocorre frequentemente por meio da utilização múltipla de equipamento entre pessoas que injetam drogas; práticas sexuais consensuais ou coagidas que não são seguras; práticas de perfuração e tatuagem da pele inseguras; utilização múltipla de lâminas de barbear, rituais de irmandade do sangue e esterilização ou reutilização impróprias de instrumentos médicos ou dentários.
O HIV na prisão pode também ser transmitido por mães, que vivem com o HIV, aos seus
bebês durante a gravidez ou o parto.
Quase 11 milhões de pessoas estão encarceradas em prisões ou em outros locais fechados. Destas:
4,8% vivem com HIV
15,1% vivem com hepatite C
4,8% têm hepatite B crônica
2,8% têm tuberculose ativa
O UNODC/ILO/ PNUD/OMS/UNAids lançaram um resumo as políticas de prevenção, tratamento e cuidados em matéria de HIV nas prisões e em outros contextos fechados: um pacote abrangente de intervenções recomenda 15 intervenções-chave essenciais para prevenção, testagem, tratamento e cuidados eficazes contra o HIV nas prisões e em outros contextos fechados. Embora cada uma dessas intervenções por si só seja útil na abordagem do HIV, no seu conjunto formam um pacote e têm impacto maior quando são realizadas como um todo.
Isolados dos serviços de saúde pública, incluindo os programas nacionais de VIH e tuberculose, as prisões e outros contextos fechados são seriamente negligenciados nas respostas nacionais à prevenção, tratamento e cuidados em matéria de HIV e tuberculose.