"A corrupção ataca todos, até mesmo os corruptos", diz Representante do UNODC em seminário internacional

Brasília, 20 de março de 2014 - "A corrupção ataca todos, até mesmo os corruptos", afirmou o Representante do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), Rafael Franzini, durante o Seminário Internacional de Combate à Corrupção, realizado ontem na Câmara dos Deputados. Sob o tema "O papel dos órgãos de Estado no combate à corrupção", os participantes do debate discutiram a efetividade das leis e mecanismos disponíveis atualmente para combater o crime, destacando a importância da Convenção da ONU contra a Corrupção.

Representante do Escritório de Ligação e Parceria do UNODC no Brasil, Franzini afirmou que a corrupção é um crime que atinge a todos por representar o maior obstáculo ao desenvolvimento econômico e social no mundo, contribuindo para a instabilidade e a pobreza, desencorajando investidores e prejudicando a criação de pequenos negócios, além de corromper as instituições democráticas e ameaçar o Estado de Direito.

De acordo com algumas estimativas, a cada ano, 1 trilhão de dólares são gastos em subornos e cerca de 2,6 trilhões de dólares são desviados pela corrupção. Esta soma equivale a mais de 5 por cento do PIB mundial. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a quantia de fundos desviados pela corrupção nos países em desenvolvimento é 10 vezes superior ao destinado à assistência oficial para o desenvolvimento.

Franzini também destacou a longa parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU) e elogiou iniciativas premiadas como o Portal da Transparência e o Observatório da Despesa Pública, que posicionam o Brasil como um líder no combate à corrupção e referência de boas práticas na região. Ele ainda ressaltou a importância de aumentar a visibilidade desse crime, por meio de iniciativas como o Dia Internacional contra a Corrupção, comemorado em 9 de dezembro.

Também participaram do painel o Ministro-Chefe da CGU, Jorge Hage; o ex-Ministro do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto; Oslain Campos Santana, da Polícia Federal; Geraldo Magela Siqueira, do Banco Central; Douglas Fischer, do Ministério Público Federal; Luciano Costa Ramos, do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais de Contas; e o juiz Márlon Reis, do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral.

O seminário foi realizado por meio de uma parceria entre a Câmara dos Deputados e a Organização Global de Parlamentares contra a Corrupção (Gopac). O Capítulo Brasileiro da Gopac foi instalado no ano passado no Congresso Nacional, focado em ações de combate à corrupção.

*Com informações da Agência Câmara Notícias

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