Nova campanha contra o tráfico de pessoas incentiva a denúncia

Campanha contra o tráfico de pessoas9 de fevereiro de 2010 - Um nova campanha contra o tráfico de pessoas foi lançada nesta terça-feira (9/2) pela Secretaria Nacional de Justiça, do Ministério da Justiça, com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a gravidade do tema. A campanha é focada principalmente nas vítimas em potencial, na mira dos traficantes que procuram crianças, doadores de órgãos, mão-de-obra escrava e mulheres para exploração sexual - normalmente jovens ingenuamente seduzidas por promessas de uma vida melhor no exterior.

O diferencial da campanha é a utilização de ações inusitadas em aeroportos, rodoviárias e shoppings. Por exemplo, não se surpreenda se você vir uma caixa com esta da foto quando for pegar uma mala no aeroporto. Ou melhor, surpreenda-se. Pois é justamente esse o objetivo da campanha. Também se destacam os totens com material informativo em pontos de grande circulação e a aplicação de adesivos nos espelhos dos banheiros femininos, incentivando a denúncia a casos de tráfico de mulheres.

A campanha foi lançada na Rodoviária Novo Rio, no centro da capital fluminense, pelo secretário-executivo do Ministério, Luiz Paulo Barreto, e pelo Secretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior. As ações estão previstas, além do Rio de Janeiro, em mais nove cidades: Recife, São Paulo, Goiânia, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília e Belém.

De acordo com o Relatório Mundial sobre Tráfico de Pessoas, publicado em 2009 pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), com dados de 115 países, as principais vítimas brasileiras são adolescentes e mulheres, na maior parte dos casos traficadas para a prostituição. O tráfico de pessoas é considerado uma das atividades criminosas mais lucrativas do mundo, movimentando 31,6 bilhões de dólares por ano.

"É necessário romper o paradigma do silêncio sobre o tema. Hoje, segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, esta prática delituosa assume o segundo lugar no ranking do crime organizado, perdendo apenas para o tráfico de drogas," declarou o Secretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior.

O esforço da Secretaria Nacional de Justiça no enfrentamento ao tráfico de pessoas inclui medidas que visam cortar o fluxo financeiro das organizações criminosas. De acordo com Romeu Tuma Júnior, isso pode ser feito via cooperação jurídica, que possibilita o bloqueio do dinheiro que elas ganham. "Sem liquidez e o retorno do lucro, as organizações ficam engessadas", disse.

Outra sugestão apontada pelo secretário é que os governos adotem medidas que punam também quem consome, quem alimenta o crime. "Pior do que gente vendendo gente é gente comprando gente. As políticas migratórias rígidas que criminalizam os imigrantes irregulares também têm contribuído para que se crie ambiente propício à atuação de quadrilhas que traficam pessoas", completou.

Clique aqui para conhecer as peças da campanha.

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